
Não tenho dúvida que a coerência é uma característica ou um atributo extraordinário, muito valorizada e indispensável para conquistar a confiança da sociedade. Lembro que quando era pequeno, devia ter 8 ou 9 anos, que tomei a decisão de torcer pelo Fluminense em vez de torcer pelo Vasco, que era time do meu pai, ou pelo Flamengo que era o time de minha mãe.
Algumas pessoas, podem interpretar que fui bastante “habilidoso” em escolher um time diferente dos meus pais, para não desagradá-los. Porém, chamo a minha decisão de ter sido coerente. São pequenos fatos de nossa infância que aprendemos desde pequenos a importância da coerência.
Coerência, do latim cohaerentia, é aquilo que tem relação entre uma coisa e outra. É um conceito que é usado se referindo a algo que é lógico. Tudo em nossa vida deve ter coerência. Pensamentos e suas ações têm de ter, necessariamente, sentido lógico, para que às coisas caminhem bem.
Quem é coerente é lógico, diz e faz com nexo, com ligação, de uma forma que será esperada e mantida no futuro, como uma promessa de ser o mesmo
Claro que este exemplo do futebol é um exemplo sem muita importância (a não ser para quem ama o esporte). Porém, é importante manter o princípio de identidade, de ser lógico em nossas afirmações. Ou seja, ser coerente é pensar, falar e agir de maneira que nossas ações sejam harmônicas, que nossas ações reflitam verdadeiramente quem somos.
As pessoas coerentes costumam gerar confiança nos demais, já que não mostram uma cara diferente da que sentem, nem se esforçam para fingir ou dissimular seu estado interno. Sabem ouvir o que elas sentem internamente e são capazes de aceitar, sem enganar a si ou aos demais.
Quantas vezes eu não ouvi meus pais dizerem que "antigamente as pessoas tinham palavra" e "o nosso contrato era a nossa palavra".
Quem se propõe a escrever um texto, ou uma redação, deve ficar atento ao que se chama coerência textual. A falta de coerência afeta a significação do texto, prejudica a relação com o interlocutor, a continuidade dos sentidos e compreensão. A incoerência, que é o oposto da coerência, ocorre quando dentro do texto existem ideias que se contradizem.
Um ponto extremamente importante a ser tratado em relação a esse tema é que, para ser coerente, não precisamos nos manter pensando e agindo da mesma forma durante toda a sua vida. Melhor esclarecendo. Se você tomou uma decisão errada no passado e hoje sofre as consequências da decisão, porque não se permitir ser livre e mudar?
Um exemplo: imagine alguém que sempre sonhou em ser dentista. Disse isso publicamente para todos (o que aumenta a sua probabilidade de continuar mantendo a coerência). Porém, logo no primeiro ano, esta pessoa entende que não quer ser mais dentista. Dizer para todos que não quer ser mais dentista significaria ser incoerente. Como vimos, a sociedade não valoriza a incoerência.
O que quero mostrar apenas é que a coerência, principalmente a pública, faz com que sejamos vítimas fáceis da opinião alheia. É como colocar a possibilidade de decidir nas mãos dos outros.
Bem, quem não é considerado coerente é denominado incoerente. A incoerência, é um termo utilizado para descrever a falta de lógica ou consistência em um argumento, discurso ou ação. É quando há contradição entre as ideias ou informações apresentadas, gerando confusão e dificultando a compreensão do assunto em questão.
Em algum momento devemos ter ouvido o seguinte comentário “Você é muito incoerente! Fala uma coisa e faz outra. Ninguém te entende!”. Tem um ditado que os representa muito bem os incoerente, e que diz – “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Apesar de se falar muito nesse ditado popular, é impossível encontrar alguém que assuma ser assim. Em muitos casos, isto é desnecessário porque suas obras falam mais que suas palavras
Existe também uma expressão que diz “fulano é uma pessoa de palavra” e ela se refere a aqueles indivíduos que mantêm o que falam, pois o fazem com convicção, com base no que acreditam e em seus valores morais.
Já em relação aos incoerentes, as pessoas costumam dizer “o que fulano fala não se escreve”, ou seja, dificilmente cumprem o que prometem e, por isso, nunca são levados a sério.
O problema de ser incoerente reside principalmente na desconfiança que acabamos gerando nas outras pessoas. É difícil confiar em alguém que age de forma diferente do que pensa, e é muito difícil também confiar em alguém que se mostra de forma diferente do que realmente sente.
É desagradável termos ao nosso lado pessoas que dizem uma coisa hoje e, em outro dia, ao se referir ao mesmo tema, dizem outra completamente diferente. A incoerência gera desconfiança e enfraquece as relações, pois lança dúvidas entre a verdade e a mentira, o real e a ficção.
Quem é incoerente além de não cumprir o que planeja, desconhece o valor e o peso da sua palavra. Acredite, cada vez que sua palavra não é cumprida às pessoas vão perdendo a fé em você e sua credibilidade vai para o espaço.
Um exemplo claro da vida cotidiana, você está ensinando seu filho de que na mesa, durante as refeições, não podemos atender ao celular. De repente, no meio do jantar, seu telefone toca e você atende. Qual mensagem você acabou de passar para seu filho?
A coerência é um valor que se transmite com o exemplo. Os pais devem ser coerentes com o que dizem e fazem. Se existem contradições entre suas palavras e suas ações, eles estarão criando confusão e dificuldade no seio familiar. Na educação das crianças, o valor da coerência se entende como uma característica da autenticidade na vida.
Há muitas situações que acontecem na escola que poderiam ser evitadas, se os pais tivessem coerência em suas atitudes diante dos filhos.
Tomar muito cuidado para dar bom exemplo. A coerência nas próprias atitudes é muito importante, pois as crianças tendem a valorizá-las como boas quando veem isso nos adultos, com os quais tem compromisso afetivo.
É importante cultivar o sentido de justiça e de responsabilidade e deixar que as crianças formem seus próprios critérios. Responder às perguntas das crianças com argumentos racionais e não somente afetivos.
Não se pode ter falta de consenso entre os pais. Quando um pai diz “não” para algo, mas a mãe diz “sim”, a incoerência pode atrapalhar a aquisição de valores e conhecimentos por parte dos filhos.
O mais importante que às crianças devem entender para serem coerentes é que não se pode fazer o contrário do que se pensa ou se diz.
Seja no âmbito social, pessoal ou profissional, o mundo precisa cada vez mais de pessoas assim, que agem de acordo com o que dizem e que inspirem confiança. Ser coerente é ser honesto, consigo mesmo e com os outros. O mercado está cada vez mais em busca de profissionais coerentes, que vivem na prática todas as características que descrevem no currículo e na entrevista de emprego.
Inclusive, os recrutadores costumam fazer perguntas específicas para detectar aqueles candidatos que têm ideias e atitudes incoerentes e que estejam em desacordo com os valores da empresa.
Um comportamento coerente no trabalho se torna ainda mais necessário em cargos de gerência, em que o profissional irá liderar uma equipe de pessoas. Um líder que age de forma diferente daquilo que prega, além de estar dando um mau exemplo, poderá desmotivar o grupo, que não terá confiança nele e, também, se sentirá inferiorizado.
Se olharmos para o nosso cenário político e econômico atual perceberemos que a falta de coerência é o principal ou um dos mais relevantes motivos para a crise que vivemos atualmente.
Na política dos tempos atuais, o que vemos são incoerências gritantes, quase sempre movidas a interesses e disfarçadas com palavras bonitas. O que é dito durante os discursos de campanha para angariar votos é muito diferente das ações tomadas durante o mandato. Diferente de outrora, quando existiam homens públicos de posição firme, hoje o que se percebe é que a política virou tão somente um negócio.
A democracia é um sistema de transmissão de poder que se concretiza pela eleição de representantes. No entanto, é comum votar e logo perceber que alguns representantes eleitos atuam na contramão das necessidades e interesses da maioria daqueles que os elegeram.
A cada eleição, o povo brasileiro se mostra cansado, desiludido, inconformado. Alguns candidatos se aproveitam desses momentos, para se apresentarem como “salvadores da pátria”, mas, depois de quatro anos, o que se constata são novas desilusões.
Os políticos, com algumas exceções, vendem a si mesmo e os seus princípios por poder, status, influência, dinheiro e outras coisas. Não há como negar que a maior parte dos discursos encampados pelos partidos políticos e seus candidatos é populista.
No nosso País, tornou-se comum partidos políticos com ideologias e programas completamente antagônicos acabarem se juntando. Não é incomum se deparar com agremiações com um programa partidário esquerda coligados a partidos com programa partidário conservador (ou vice versa), por exemplo.
O que temos visto na política é uma verdadeira degradação ética e moral. O sujeito combate um modelo de gestão hoje, mas amanhã se abraça a ele.
A única coisa que pode derrubar o Brasil, é a ignorância da nossa elite política, se ela persistir por muito tempo ela pode derrubar o Brasil, mas eu acredito que não vá acontecer. Afinal, até para a burrice há limites! E essa é a beleza da democracia.
Não podemos esquecer, dentro desse contexto de coerência ou incoerência, das lideranças religiosas que têm um compromisso inegociável com o bem-estar comum e com a prosperidade de todos. O Brasil é um país laico e, por isso, tem como princípio a imparcialidade em assuntos religiosos, sem discriminar nenhuma das crenças.
Por exemplo, um Cristão que defende a humildade, mas, briga por cargo maior. Cristão que se diz "cheio do Espírito Santo", mas, não perde oportunidade para se descontrolar. Cristão que condena a arrogância, mas, pela graduação que possui, considera o "desgraduado" um inferior; gente que condena a vaidade, mas, não perde uma chance de chamar a atenção com vestes extravagantes. Bem, talvez não tenham lido com atenção o que Cristo nos ensinou em Mateus 23:1-11: “Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles dizem a vocês. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam. Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los”. Em resumo, são incoerente.
A coerência exigida para os cristãos, principalmente líderes, é que suas atitudes estejam de acordo com os princípios encontrados na Palavra de Deus (sem acrescentar, modificar, nem tirar coisa alguma). Quando nossas atitudes na igreja, no trabalho, na família, na escola, enfim, na sociedade, não estão de acordo com estes enunciados, Somos incoerentes! Jesus chamava de hipócritas!
Em várias sociedades, a religião chegou a ser mais importante do que o próprio Estado, até mesmo se confundindo com ele. O resultado foram numerosas perseguições, massacres e guerras sangrentas sob o pretexto da fé.
Não podemos esquecer das incoerência da Igreja Católica no começo do século XVI. Alguns princípios teológicos praticados pela Igreja provocaram a insatisfação do monge alemão Martinho Lutero, como por exemplo a venda de indulgências. Lutero também criticava a venda de cargos eclesiásticos e a venda de relíquias sagradas, ambas conhecidas como simonia.
Ainda que haja coerência intelectual nos argumentos que utilizamos para dizer que conhecemos a Deus, somos incoerentes quando não andamos sobre as palavras daquele que chamamos de Senhor.
A bíblia relata que nenhuma outra coisa provocou mais a ira do Messias do que os hipócritas religiosos de sua época (incoerência nas ações).
Papa Francisco em 23/02/2017, durante um sermão improvisado em missa privada matinal em casa, disse: “É um escândalo dizer uma coisa e fazer outra. Isto é uma vida dupla”.
Sabemos que não é fácil alinhar valores, princípios e condutas. É preciso querer se aperfeiçoar constantemente, sair do piloto automático, mudar hábitos ruins e melhorar a comunicação, para que os nossos pensamentos, falas e ações sejam coerentes. A mudança de ideias e atitudes faz parte do processo de evolução humana, então, permitamos se transformar e buscar ser uma pessoa melhor a cada dia.
Enfim, entendo que devemos procurar sempre viver em harmonia com o que pensamos, sentimos e acreditamos. Sendo coerentes em nossas atitudes, ideias e ideais, contribuiremos assim para o bom relacionamento familiar, social ou profissional. Isso nos dará o suporte para conquistar os nossos objetivos, inspirar confiança e ser mais feliz.
Concluímos lembrando de uma fábula sobre a coerência: Uma raposa era perseguida por caçadores, quando viu um lenhador e suplicou-lhe que a escondesse. O homem permitiu que ela entrasse em sua cabana. Logo chegaram os caçadores e perguntaram ao lenhador se havia visto a raposa. Com a voz ele disse que não, mas com sua mão, disfarçadamente, ele apontava aonde ela havia se escondido.
Sem compreender os sinais do lenhador, os caçadores confiaram apenas no que ele dissera e se foram. Assim que a raposa os viu ir embora, saiu da casa, sem nada dizer. O lenhador a reprovou por ter saído sem agradecer, já que ele a salvara. Ao que a raposa respondeu: “Eu te seria eternamente grata se as tuas mãos e a tua boca tivessem dito o mesmo”.
Segundo o filósofo Bertrand Arthur William Russell, nascido no País de Gales temos dois tipos de moralidade: uma que pregamos, mas não praticamos, e outra que praticamos, mas raramente pregamos.

Se pararmos para pensar sobre todas às coisas que de alguma forma escolhemos na vida, tais como: religião, profissão, clube de futebol, parceira matrimonial, amigos, instituições, etc., podemos lembrar que o nosso nome e sobrenome, que ganhamos antes mesmo de nascer e carregamos para depois de nossa morte, não fomos nós que escolhemos. Porém, situações envolvendo nome e sobrenome sempre afetam a nossa personalidade, seja positivamente ou negativamente. Podemos dizer que o nome é a primeira referência de um ser humano. É o que antecipa, precede e aparece anunciando a pessoa, é o que identifica e torna conhecido o ser humano. Não tenhamos dúvida que o nosso nome é importante para nossa dignidade e cidadania.
O que responderíamos se alguém nos perguntasse se gostamos do nosso nome? Muitas pessoas vão responder com um sonoro NÃO! Na verdade muitas pessoas não se sentem bem com os nomes que foram escolhidos no registro de nascimento.
Os brasileiros já são conhecidos pela criatividade e com os nomes das crianças que nascem aqui não seria diferente. Seja por excesso de imaginação, erros de digitação, combinações inusitadas ou ruídos de comunicação, o país acabou por reunir uma série de nomes que são, no mínimo, originais. Alguns exemplos: Agrícola Beterraba Areia, Amin Amou Amado, Aricléia Café Chá, Chevrolet da Silva Ford, Restos Mortais de Catarina, Remédio Amargo, Otávio Bundasseca, Maria-você-me-mata, Janeiro Fevereiro de Março Abril,etc. A relação é bastante longa.
Lembrando que, um dos fundamentos do direito civil, a dignidade da pessoa, é um dos principais motivos para a solicitação da mudança de nome ou sobrenome.
O Brasil, adota o princípio da Imutabilidade, relativa do nome, ou seja, o nome pode ser modificado em casos previstos na lei ou por decisão judicial. Isto porque entende-se que este deve ser escolhido pelo titular, mas todos sabemos que não é bem assim que funciona. São nossos pais ou responsáveis que, no momento do registro de nascimento, escolhem nosso nome.
Algumas situações a Justiça brasileira permite a alteração do nome, podemos citar como exemplos: a correção de erros de grafia (letras trocadas ou repetidas; alteração de nome para indivíduos transexuais, nomes inusitados feita pelos pais, que pode acarretar transtornos no âmbito moral para vida de um indivíduo, nomes que expõem as pessoas ao ridículo, ao vexame, constrangimento ou que seja exótico.
Em Portugal, alguns nomes que são comuns no Brasil, são proibidos de serem colocados nos bebês, se tiverem algumas modificações. Por exemplo, Thiago, é recusado em Portugal, pois a letra “h” não tem valor fonético na língua portuguesa e é considerada uma grafia estrangeira, A forma aceita é Tiago. Outro exemplo é Izabella. A grafia “z” e o uso “ll” são considerados estrangeiros. Todavia Isabela é permitido usar. Também não é aceito Matheus, com “th”.
A fim de evitar que as pessoas passem por situações vexatórias, alguns nomes são impedidos por lei de serem registrados em alguns países. Adolf Hitler é proibido, por exemplo na Alemanha e Portugal, por motivos históricos. Nenhuma Sarah é registrada no Marrocos. Pela cultura local, a presença da letra H ao fim do nome dá a ele um aspecto hebraico, o que não é permitido no país.
Mas todo mundo precisa, além do nome, de um sobrenome. Segundo alguns pesquisadores, temos de agradecer aos romanos por isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos ergueu um império com a conquista de boa parte das terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda. Eles tiveram a ideia de juntar ao nome comum, ou prenome (do latim praenomen), um nome (ou nomen), tendo em vista que o Império Romano crescia e eles precisavam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o lugar onde tinha nascido. Com a decadência do Império Romano, essa prática foi se enfraquecendo até que, na Idade Média, os sobrenomes caíram em desuso e às pessoas passaram a ser chamadas apenas pelo seu prenome. Somente no século 11 que os sobrenomes voltaram a ser usados e passaram a ser obrigatórios.
No entanto, o primeiro grande passo em direção a um sistema de sobrenomes de massa se deu por uma disposição do Concílio de Trento (1564), que tornava imutável, obrigatório e transmissível o sobrenome. Isso para facilitar a cobrança de impostos, mas principalmente para evitar casamentos e uniões entre consanguíneos. Como poderia repassar uma propriedade a um herdeiro sem que sua descendência fosse comprovada?
Novamente, os sobrenomes não foram inventados do nada. Os homens passaram a escolher sobrenomes que tinham a ver com seu lugar de nascimento ou moradia. Alguns portugueses ganharam o sobrenome de Coimbra, Lisboa, Resende ou Alcântara (cidades do país). Um sobrenome poderia também ser originado através de questões de natureza geográfica. Nesse caso, o “João da Rocha” teve o seu nome criado pelo fato de morar em uma região cheia de pedregulhos ou morar próximo de um grande rochedo. O sobrenome Fernandes, ou por exemplo, significa ‘filho do Fernando’. Outros escolheram sobrenomes que se referiam a características físicas e de personalidade, como Louro, Calvo e Severo. Também tiveram; houve aqueles que adotaram sobrenomes ligados a atividades desenvolvidas pela família, como é o caso de Ferreira que, provavelmente, é uma referência à profissão de ferreiro.
Outros estudiosos do assunto também acreditam que alguns sobrenomes apareceram por conta da fama de um único sujeito. Sobrenomes como “Severo”, “Franco” ou “Ligeiro” foram criados a partir da fama de alguém que fizesse jus à qualidade relacionada a esses adjetivos. Sem dúvida, muitas pessoas já tiveram a oportunidade de desenvolver um diálogo como esses: “Ei! você conhece o fulano?”; “Que fulano?”; “Fulano de Sousa, Guimarães ou Rocha?”.
Lembramos que antigamente, era costume os filhos serem registrados apenas com o sobrenome paterno. O meu pai foi um exemplo disso, todavia o que pude historiar, parece que foi esquecimento do meu avô.
Temos um terceiro elemento que faz parte, do dueto nome e sobrenome. Chama-se “Apelido”. Etimologicamente falando, apelido vem do latin, appelitare, colocar pêlo sobre algo. Apelido significa por sinonímia, alcunha – denominação ou qualificativo. Não se sabe ao certo quando surgiram, mas acredita-se que existam há centenas de anos. Possivelmente, estão ligados à origem dos sobrenomes. No passado, eram os apelidos que ajudavam a diferenciar o nome das pessoas. Havia os que recebiam um apelido por causa da profissão, como por exemplo, Barbeiro. Um lenhador podia ser chamado de Pinheiro e um caçador de Raposo ou Lobo. Na França, eram comuns nomes como Fritier, que significa vendedor de peixe frito.
A característica física e a personalidade eram outras formas de nomear. O rei Pepino, o Breve, que governou os francos dos anos 751 a 768, era baixinho; por isso, o apelido. Ricardo I, que reinou na Inglaterra no século 12, foi chamado de Coração de Leão, pois era considerado muito corajoso.
Para os portugueses e espanhóis, a palavra apelido é o que no Brasil chamamos de sobrenome.
No Brasil é comum chamar as pessoas com apelidos. Esse é mais um costume herdado da escravidão. As relações familiares dos escravos não eram reconhecidas pela lei. O casamento, o pátrio poder eram institutos exclusivo da população branca. Assim, não havia nome de família para escravos. Não havia uma regra explícita para se colocar os nomes nos escravos. O senhor colocava formalmente um nome português, quase sempre em homenagem a um santo de devoção, ou o santo do dia do nascimento. Mas eles eram conhecidos na comunidade pelos nomes que as mães lhes davam. Era muito comum que as pessoas se referissem aos negros como o "negro José", o "negro Antônio", para distinguir do nome de outro José ou outro Antônio
Outro fato interessante era realmente mais comum antigamente às pessoas serem chamadas por apelidos do que hoje no Brasil. Você, muita vez, conhecia a pessoa pelo apelido: Mazzaropi, por exemplo, era um cara que tinha a cara de caipira de queixo grande, Braço de manivela, Pelezinho, Careca, Cabeleira, Magrão, Galego, Boneco da Michelan, Vassourinha, etc. O gozado era que a gente não sabia o nome de certidão de nascimento. Já o hipocorístico é uma forma carinhosa de apelidar as pessoas: Nanda (Fernanda), Bastinho (Sebastião), Bia (de Beatriz), Leninha (Helena), Quinzinho (Joaquim), Bel (Isabel), Betinho (Roberto, Adalberto).
Nos países de língua espanhola em geral, Francisco tem o apelido de Paco ou Paquito. Chico, em espanhol, significa pequeno.
Infelizmente, praticamente todas as pessoas já receberam, pelo menos uma vez na vida, algum tipo de apelido, esses podem ter origem na família, no trabalho, porém o lugar onde mais acontece é na escola. Reconhecido popularmente como brincadeira de criança, o apelido circula em todos os ambientes onde existem relações humanas, na família, na escola, na rua, nos ambientes de trabalho, nos clubes, nos grupos de amigos e em muitos outros meios.
Geralmente nas escolas, os apelidos surgem nos primeiros contatos, especialmente quando entra um aluno novo oriundo de outra cidade, estado que apresentam características distintas como o modo de falar, o que gera piadinhas e situações constrangedoras.
É preciso tomar muito cuidado ao criar apelido para alguém. Quando está ligado às características físicas, por exemplo, pode ser bullying (conjunto de agressões repetitivas que humilham e magoam). Bullying é uma expressão inglesa usada para designar atitudes de violência de caráter físico ou psicológico, de forma intencional e repetitiva, geralmente o ato é executado pelo “valentão” ou um grupo que tem como intuito agredir outra pessoa.
Os casos de bullying começam muito mais silenciosos e, por isso, são mais graves. Quem sofre a agressão não conta nem na escola nem na família, mas começa a mudar o comportamento, como por exemplo: queda no rendimento escolar, faltas na escola, e inclusive isolamento.
É importante os pais conversarem com seus filhos para saber se está dando apelidos pros colegas. Pergunte pra ele se o colega gosta do apelido. Dê algum exemplo pra fazê-lo exercitar a empatia, colocar-se no lugar do outro, todos os pais deveriam fazer isso.
Um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying – anglicismo que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar.
Entre o consentimento e o não consentimento em receber o apelido existe uma linha tênue que torna esta forma de tratamento repleta de indefinições nos sentimentos de quem recebe o apelido.
O bullying não é caracterizado pela frequência, mas pela covardia. Os agressores escolhem pessoas que dificilmente revidarão. Brincadeira em que só você pode rir, ou que o outro nunca terá a chance de dar o troco não é brincadeira. É bullying.
Sensações de mal-estar ocorrem quando o apelido vem carregado de sentido pejorativo, torpe, depreciativo com a intenção de desprezar, desvalorizar, menosprezar, desdenhar, zombar, ridicularizar, rebaixar o apelidado. Se acatado pelo grupo, seus efeitos se agigantam exponencialmente.
Nunca podemos esquecer que o apelido pejorativo caracteriza alguém, descaracterizando-o. O apelido pejorativo fere, magoa e humilha.
Dentro desse contexto entendemos que é importante chamar as pessoas pelo nome e não pelo apelido. Apesar de ser um gesto simples, chamar alguém pelo nome é algo muito poderoso, pois faz com que as pessoas se sintam bem e valorizadas pelo outro. Essa, nada mais é do que uma maneira de demonstrar ao interlocutor que ele é único e que você se importa.
Um nome não serve apenas para que se distinga um elemento dos demais. É, acima de tudo, um traço de identidade, de individualidade, de unicidade.
Finalizamos lembrando de uma frase de Diego C. Maia: "Escrevemos nosso nome em apenas alguns segundos, mas para construí-lo levamos a vida toda”.

Durante a história da humanidade, várias descobertas e invenções mudaram a vida do ser humano por proporcionarem maior conforto, qualidade de vida e diversão.
Se começarmos antes de Cristo, podemos lembrar do fogo, da roda e da escrita. A partir do século 1 podemos considerar a bússola, importante objeto para as navegações, a eletricidade (1750), o automóvel, pilha elétrica (1800), criação da câmara escura em 1826 (máquina fotográfica), a geladeira (1834), o telefone (1876), lâmpada (1879), o rádio (1895), a televisão em 1927 (forma de televisão que conhecemos hoje), o ar-condicionado (1902), o avião (1903), o computador. Em fevereiro de 1946, o primeiro computador eletrônico da história era apresentado. O ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Computer) tinha cerca de dois metros de altura, pesava 30 toneladas e ocupava 180 metros quadrados. A partir desta invenção, a computação e os aparelhos evoluíram e os modelos se tornam cada vez mais compactos e poderosos que conhecemos nos dias atuais. Bem, vamos incluir também os celulares que passaram englobar a maioria das invenções num único aparelho. Não podemos esquecer da Internet (1960). A lista é grande.
Todavia, lembrando de um ensinamento de Jesus Cristo e dando outro significado, podemos dizer que nem só de descobertas e invenções vive o ser humano. Ele precisa trabalhar porém com condições de trabalho, remuneração e benefícios que garantam segurança e qualidade de vida.
Dentro desse contexto, podemos citar algumas conquistas ocorridas principalmente no século XX, que mudaram a qualidade e condição de vida dos trabalhadores. Podemos citar, por exemplo: licença-maternidade e licença paternidade, férias de 30 dias com acréscimos de 1/3 do salário, 13º salário, descanso semanal remunerado, adicional noturno, horas extras, vale-transporte, condições seguras e saudáveis nos ambientes de trabalho, aposentadoria e outros mais.
Muita gente não sabe, mas a maioria dos direitos trabalhistas brasileiros foram conquistados a partir de muita luta e mobilização dos trabalhadores. Isso significa que muito do que temos hoje é consequência da coragem dos trabalhadores do passado em pleitear condições mais justas – nossos pais, avós e bisavós que foram às ruas, mobilizaram políticos e promoveram manifestações em defesa de mais direitos. Mesmo não sendo vistos de bons olhos por muitos e principalmente por empresários, o movimento sindical no passado foi responsável pela criação de regras que beneficiam milhões de brasileiros no presente.
O filósofo italiano Norberto Bobbio afirmava: “Direitos não são dados, são conquistados”. Assim sendo, temos que ter a consciência que os direitos trabalhistas não são “concessões ou favores dos patrões”, e sim consequência. Sempre haverá muitos empregadores e políticos interessados em retirar direitos para aumentar seus lucros.
O grego Heródoto (484-425 a.C.) conhecido como o "Pai da História" por ter sido o primeiro grego a escrever uma obra objetiva sobre eventos históricos, disse que é preciso pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro. Então voltando ao passado, relembramos que a origem do sindicalismo envolve o contexto de industrialização e consolidação do capitalismo na Europa. Os sindicatos, foram fundamentais para construção e afirmação do direito do trabalho, principalmente a partir da Revolução Industrial, época marcada pelas péssimas condições de vida e de trabalho, as quais a população europeia em sua maioria estava submetida. No decorrer de sua história, o sindicalismo foi impactado por diferentes concepções ideológicas..
A organização sindical no Brasil teve início após a abolição da escravatura, com a chegada dos imigrantes para substituir a mão de obra escrava.
As primeiras associações de resistência surgidas no final do século XIX, foram se transformando em sindicatos nos primeiros anos do século XX, por volta de 1906 e legalizadas por Getúlio Vargas em 1931.
As principais greves operárias ocorridas no Brasil durante a Primeira República tiveram como motivos a luta pelo aumento salarial, melhores condições de trabalho, melhores condições de vida (alimentação, moradia), por uma legislação previdenciária, direitos trabalhistas e sindicais.
No ano de 1907, existiam aproximadamente 150 mil operários. A grande maioria estava distribuída nas indústrias, mas existiam trabalhadores das ferrovias (ferroviários), trabalhadores da construção civil (serventes, pedreiros, carpinteiros), os portuários e outras profissões, como padeiros, sapateiros, trabalhadores dos comércios, entre outros.
A principal paralisação operária nessa época, foi a greve geral de 1917, iniciada em São Paulo, após a morte de um jovem trabalhador pela polícia. A greve se generalizou por todo o país e ocorreram na capital paulista vários conflitos e tiroteios por vários dias. Dessa greve participaram os operários da indústria têxtil e alimentícia, os ferroviários e os gráficos. Os ferroviários não hesitavam em exercitar o poder de paralisar o Brasil, isto já ocorria desde 1906. Praticamente não passou ano sem que se registrasse paralisação em estradas de ferro.
As reivindicações dos trabalhadores nos protestos de 1917 eram, em termos gerais, jornada de oito horas, fim do trabalho de crianças, restrições à contratação de mulheres e adolescentes, segurança no trabalho, aumento salarial, redução do preço dos aluguéis e do custo dos bens de consumo básicos, direito a aposentadoria, etc. As greves no ano 1917 tiveram um papel basilar para o desenvolvimento posterior do movimento operário e das lutas trabalhistas no Brasil.
Voltando as conquistas trabalhista, na minha opinião, a maior conquista que tivemos foi a “aposentadoria”. Vou um pouco mais longe, acredito que dentre os benefícios da previdência social administrados pelo INSS, o mais desejado é a aposentadoria.
Para escrever sobre aposentadoria temos que ir para o início do século passado, quando ainda não existia esse direito no Brasil. Não havia previdência social no país, nem lei que garantisse aposentadorias às pessoas inativas.
Até o começo dos anos vinte do último século, se uma pessoa deixasse de trabalhar, mesmo depois de uma vida de labuta, não tinha direito a um salário de aposentadoria.
Nessa época, o Brasil dependia fortemente das estradas de ferro, permitiu que essa dependência desse força às greves dos ferroviários. Eles conseguiam parar o país. Nos tempo atuais, quem consegue paralisar o Brasil são os caminhoneiros. Na Primeira República esse poder era dos ferroviários.
Uma das reivindicações da categoria nos protestos de 1917 era o direito à Aposentadoria. Como resultado, tivemos à promulgação da Lei Eloy Chaves, em 1923, voltada para os ferroviários do setor privado. A Lei obrigava as companhias ferroviárias do país a criar uma caixa de aposentadorias e pensões (CAP).
Quando apresentou o projeto, Chaves afirmou que objetivava acabar com a áspera luta de classes: “Até agora, os funcionários das ferrovias do país não têm nenhuma garantia para seus dias de velhice e para arrimo de sua família em caso de morte”. Infelizmente até meados da década de 1920, somente os trabalhadores ferroviários e alguns servidores públicos tinham direito a esse benefício. Apesar de ser voltada somente para uma categoria profissional, a lei foi o embrião para o estabelecimento da aposentadoria no país.
O primeiro aposentado no Brasil, após a vigência da Lei Eloy Chaves, foi Bernardo Gonçalves, chefe de Estação da Repartição de Transportes da São Paulo Railway Company, em Piritiba (SP).
Foi na década de 1930 que houve a expansão para outras categorias. Somente em 1966 é que foi criado o então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) que unificava o sistema previdenciário de todas as categorias e empresas.
Temos sempre que comemorar essa conquista. Oficialmente, o Dia Nacional dos Aposentados, é comemorado em 24 de janeiro, foi estabelecido pela Lei n° 6.926, de 1981. É uma data de reconhecimento e valorização. Momento para refletir sobre a valorização, o respeito e a trajetória dessas pessoas.
Graças a Deus, consegui consolidar esse direito no dia 25 de julho de 2017, antes da Reforma da Previdência.
Primeiramente quero lembrar que ninguém dorme trabalhador e acorda aposentado. Pelo contrário. Todo mundo sabe que, mais cedo ou mais tarde, vai passar por isso. Para muitos os primeiros meses de aposentadoria são por vezes sinônimo de uma verdadeira crise existencial. "Pode ser um momento bastante dramático."
Em geral, a aposentadoria é muito desejada, mas pouco planejada. Todo mundo planeja passar no vestibular, se casar, ter filhos, ingressar no mercado de trabalho, etc., mas ninguém se prepara para a aposentadoria. Assim como o jovem pensa que nunca vai envelhecer, o trabalhador acha que nunca vai se aposentar.
Preparar-se financeiramente para quando a aposentadoria, realmente é muito complicado, principalmente para muitos que o dinheiro que ganha não dá nem para sobrevivência. Mas, para aqueles que têm condições financeiras um pouco privilegiada, o ideal é o trabalhador colocar isso como prioridade.
Chegou a hora de se aposentar e será que temos consciência como iremos ocupar nosso tempo nessa nova fase da vida? Para quem tem uma rotina corrida e com muito trabalho, se aposentar é uma grande mudança.
Esse pode ser um bom momento para ficar mais perto da família. Nem sempre temos tempo enquanto estamos trabalhando para estar próximos da família.
Cuidar da sua vida social. Teremos mais tempo de se reaproximar dos amigos e até cultivar as nossas amizades. É hora de fazer novos amigos.
Vai ser ainda mais divertido sair para programas culturais, para comer ou para passear por aí. Até conhecer o mundo. Quando falamos de mundo, pode ser outro país ou as cidades próximas de onde você mora. Não importa se é perto ou longe, mas viajar pode ser uma ótima forma de sair da rotina, aprender coisas novas, conhecer pessoas e mudar de ares.
Quem sabe, ajudar o próximo com trabalho voluntário. Uma ótima maneira de se manter ativo.
Na verdade, essa é uma fase para aproveitar a vida. Seja realizando sonhos, aprendendo novas habilidades, conhecendo pessoas, aprendendo uma nova língua, aprendendo um instrumento musical ou dedicando-se mais ao instrumento que já domina, dedicando-se a leitura, praticando mais exercícios físicos, vivenciando mais a religiosidade, etc.
Não devemos esquecer de cuidar de nós mesmos. Devemos aproveitar o tempo para ter momentos tranquilos e para ter boas noites de sono. Relaxar também faz parte.
Infelizmente, sabemos que muita gente se aposenta de direito mas não de fato, pois não consegue viver da aposentadoria. Para complementar a renda familiar se faz necessário voltar a trabalhar seja como empregado ou como empreendedor. Essas pessoas, infelizmente ainda não conseguem gozar desta tão sonhada conquista.
De qualquer forma, para quem se aposenta e não volta ao mercado de trabalho, aposentar-se pode ser bom ou ruim, isso depende de cada um. O que não devemos é transformar nossa vida num 'grande domingo que nunca acaba.
Finalizo, escrevendo com muita alegria a minha gratidão a Deus, que me permitiu em 25 de julho de 2017 ter conquistado esse direito de aposentar e conseguir viver da melhor forma possível.
Viva os trabalhadores que deram suas vidas pela República Federativa do Brasil e hoje são aposentados.

Em nosso querido Brasil, graças a nossa democracia, de dois em dois anos temos eleições que movimentam o país. Nos meses que antecedem as eleições, candidatos políticos intensificam suas aparições em público, na tentativa de conquistar os leitores ainda indecisos. Infelizmente, falar bem em público, persuadir e reter a atenção não são habilidades para todos políticos, tanto em campanha quanto depois de eleitos. Aristóteles, o famoso filósofo grego, identificou três modos de persuasão, que são os pilares da oratória: a credibilidade do orador (Ethos), ou seja, a imagem que ele transmite e está relacionado com a autoridade, honestidade e reputação do orador; a emoção despertada na plateia, ou seja, a capacidade de conectar-se emocionalmente com o público (Pathos) e a validade do argumento, ou seja, a lógica da mensagem apresentada (Logos).
O grande perigo dos candidatos e políticos são os improvisos e as entrevistas, não planejadas. Todavia alguns cometem erros em palavras pensadas e escritas em suas falas.
Esse ponto me fez lembrar de uma ex-presidente da república, que sempre se envolvia em polêmicas, durante seus discursos. Uma das grandes frases da presidenta que agitou as redes sociais ocorreu quando sugeriu, durante discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), a invenção de uma tecnologia para estocar vento, que beneficiaria o mundo inteiro. Suas palavras: “Até agora, a energia hidrelétrica é a mais barata, em termos do que ela dura com a manutenção e também pelo fato da água ser gratuita e da gente poder estocar. O vento podia ser isso também, mas você não conseguiu ainda tecnologia para estocar vento. Então, se a contribuição dos outros países, vamos supor que seja desenvolver uma tecnologia que seja capaz de na eólica estocar, ter uma forma de você estocar, porque o vento ele é diferente em horas do dia. Então, vamos supor que vente mais à noite, como eu faria para estocar isso?”
A frase virou meme. Fotografias de um homem com um ventilador enchendo sacolas plásticas de vento foram compartilhadas na internet, assim como montagens com o rosto da presidenta em pacotes de salgadinhos “de ar” e em porções de pastel de vento. A brincadeira “viralizou”.
Na verdade, não se trata de guardar ou estocar o vento, mas armazenar a energia eólica, que é um tipo de energia cinética gerada a partir da força dos ventos (fluxo ou movimento do ar), que é convertida em eletricidade por meio de turbinas eólicas, também conhecidas como aerogeradores, que aciona as hélices e, por meio de um gerador, converte essa energia mecânica em energia elétrica. Relembrando a Lei da Conservação da Energia do químico Antoine-Laurent de Lavoisier, que diz: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
A energia elétrica pode ser facilmente gerada nos aerogeradores, transmitida e transformada. Porém, até agora não foi possível armazená-la de forma prática, fácil e barata.
Deixando a polêmica e gozações de lado, o “vento” sempre foi alvo de controversa de ódio e amor, mistério e assombro, a ponto de ser venerado por algumas sociedades antigas. Atualmente o armazenamento de energia eólica, assim como o armazenamento de energia solar é um assunto que está sendo levado a sério, por engenheiros e cientistas de todo o mundo.
A energia eólica, é conhecida pelo homem há mais de 3.000 anos. A história da energia eólica começa quando civilizações utilizavam a força dos ventos, por meio de cata-ventos, para moer grãos, bombear água e transportar mercadorias em barcos a vela. O início da adaptação dos cata-ventos para geração de energia elétrica teve início no final do século XIX.
Dos gregos ou fenícios aos vikings, todas as civilizações aperfeiçoaram sua própria frota para explorar o mundo graças a um aprendizado contínuo do vento como um recurso natural. Sua potência também tornou possível a movimentação de moinhos de vento, inicialmente para moer trigo e produzir alimentos.
O vento impulsionou a realização das grandes viagens de exploração da Era dos Descobrimentos e as grandes viagens marítimas pelos oceanos a partir do século XV.
O vento sempre esteve presente em nossas vidas e representou uma parte indiscutível da história da humanidade. Podemos afirmar que é um elemento essencial para o ciclo de vida dos animais, plantas e seres humanos.
Ele transporta as folhas das árvores e renova a vida no campo. Auxilia o crescimento das plantas, polinizando flores e transportando sementes para longe. Muitas plantas, como o epilóbio-eriçado, dependem da ação do vento para propagar as suas sementes.
O vento ajuda a distribuir nutrientes pelo solo, e a controlar a temperatura, mantendo um equilíbrio natural no ecossistema. É capaz de transportar ao longo de grandes distâncias a poeira dos grandes desertos e as sementes de várias plantas, o que é fundamental para a sobrevivência de algumas espécies e das populações de insetos. Muitos insetos e aves migratórias tiram partido do vento nas rotas de migração, o que lhes permite percorrer distâncias consideráveis de outras formas impossíveis. As aves tiram partido das condições do vento de modo a voar ou planar.
O vento é um elemento fundamental em vários desportos de competição ou atividades de lazer, como a vela, windsurf, kitesurf parapente, snowkite, asa-delta, balonismo ou o lançamento de papagaios de papel. Todavia, ventos de forte intensidade podem provocar estragos de natureza variável.
O vento influência a propagação de incêndios florestais. Durante o dia, a menor humidade, a maior temperatura e a maior velocidade do vento fazem com que a madeira arda a maior velocidade. O vento também pode limitar o crescimento das árvores. Em regiões costeiras e montanhas isoladas, a linha de árvores encontra-se muitas vezes a uma altitude muito inferior do que em sistemas montanhosos complexos, devido à maior exposição aos ventos fortes. Os ventos de altitude erodem o solo pouco espesso e causam estragos nos ramos e galhos das árvores. Quando associado a baixas temperaturas, o vento tem um impacto negativo no gado, afetando as reservas alimentares e as estratégias de caça e defesa dos animais.
Dentre os quatro elementos da natureza, o Ar, é talvez o elemento mais percebido, identificado e de maior contato diário do ser humano, através simplesmente da respiração. O Ar simboliza o sopro da vida e está associado ao início de tudo, ao intelecto humano, aos processos mentais, a intenção e a capacidade criativa do homem. Deus, ao criar Adão, o primeiro homem, após formar o seu corpo do pó do solo, soprou sobre ele um “sopro de vida”, surgindo assim o ser humano completo, corpo e alma (Gênesis 2:7).
O vento é um elemento presente em diversas passagens da Bíblia e possui diferentes significados simbólicos. Na Bíblia, o vento é frequentemente associado à ação de Deus e ao seu poder. Ele é mencionado em diversas passagens, como no livro de Gênesis, onde o Espírito de Deus pairava sobre as águas. No livro de Atos dos Apóstolos, revela que o Vento do Céu levou o Espírito Santo no Pentecostes. “Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.” (Atos 2:1-4).
No Evangelho de Mateus (8,23-27), Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia. Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: 'Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo! 'Jesus respondeu: 'Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?' Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. Os homens ficaram admirados e diziam: 'Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?'
O Espírito Santo de Deus, o Qual sempre foi simbolizado pelos antigos, como vento, (Hebraico: rúah = hálito de Deus, sopro, respiração; Grego: pneuma = soprar, respirar, espírito aéreo; vento).
Vento é uma boa palavra para descrever o poder do Espírito Santo. A mudança acontece quando os ventos sopram — e quando o Espírito Santo se move, Ele traz a mudança como o vento. Também é utilizado como uma metáfora para representar a ação do Espírito Santo na vida das pessoas, trazendo renovação, transformação e direção.
Embora o vento na Bíblia simbolize muitas vezes o poder e o Espírito de Deus, também pode ter conotações negativas. A noção de um "vento mau" na Bíblia é um exemplo disso. Estes ventos adversos representam muitas vezes o julgamento, o desastre e a consequência do pecado.
Não devemos deixar que o vento da negatividade nos afaste da rota de atingirmos os nossos objetivos.
Se o vento é o ar em movimento, podemos dizer que o Espírito Santo é Deus em movimento, Deus que não para de trabalhar, como nos falam as Sagradas Escrituras: “Meu Pai trabalha sempre e Eu também trabalho” (João 5,17).
O nosso Deus é invisível aos nossos olhos, mas está sempre presente e podemos sentir a sua presença na nossa vida como uma brisa suave.
O vento é um agente da natureza misterioso. Não podemos prendê-lo, tampouco podemos definir o seu curso e a sua ação, e ao mesmo tempo em que sopra forte, destruindo o que não está firme, também surge como uma brisa suave, que refresca e traz serenidade.
Concluo lembrando de uma melodia do consagrado pianista Alcyr Pires Vermelho que recebeu letra de Gilvan Chaves e Fernando Luiz da Câmara Cascudo, filho do renomado folclorista potiguar, que tem o título Prece ao Vento: “Vento que balança as palhas do coqueiro. Vento que encrespa as ondas do mar. Vento que assanha os cabelos da morena. Me traz notícia de lá. Vento que assovia no telhado. Chamando para a lua espiar, oh. Vento que na beira lá da praia. Escutava o meu amor a cantar”.
Ah! Como seríamos cristãos diferentes se permitíssemos que o “Vento” de Deus soprasse a todo instante as “velas do nosso barco”, para que fosse, de fato, o condutor de nossas ações!

Da mesma forma que existem os “Causos” que são narrativas populares em que une os costumes do povo e o prazer de contar história temos também piadas que são narrativas breve e direta que tem como objetivo provocar o riso em quem a ouve. No caso das piadas só se deve ter cuidado para não serem preconceituosas, racistas, homofóbicas, machistas etc. Piadas de judeu, turco, árabe, português, baiano, mineiro, paulista, carioca, etc., sempre correm esse risco. Mas tem muito português que gosta de contar piada de português, assim como tem muito judeu que conta piada de judeu, tem muito mineiro que se diverte com as piadas de mineiro, bem como turco que gosta contar piada de turco. Eu tinha um Tio, que era português, que gostava de contar piadas de português.
Há muito tempo atrás escutei uma piada sobre turco, meio inocente mas com um ensinamento interessante. Pois bem, um turco (que um povo quase sempre muito desconfiado), desejava ensinar ao filho, desde pequeno, que ele também deveria desconfiar de tudo e de todo o mundo, especialmente quando o assunto fosse emprestar dinheiro pros outros, ou vender fiado na “lujinha”. Arranjou um jeito bem traumático de ensinar ao filho que ele não deveria confiar em ninguém, de modo que o menino nunca mais esquecesse a lição. Assim, colocou o filho sobre a mesa e disse: – Bula, vilhinho, bula golinho babai, bula. O menino hesitou. O pai insistiu. E quando, depois de alguma insistência, o garotinho finalmente venceu o medo e pulou na direção do colo do pai, o turco tirou o corpo e pumba! – deixou a criança se estatelar no chão. Era para o próprio bem do filho; para não ter problemas no futuro. Diante do choro inconsolável do menino, o turco ensinou-lhe a lição: Isso é pra você aprender a não confiar em ninguém, ninguém, viu?
Apesar de ser uma piada, entendemos que a confiança é a base de todos os tipos de relacionamentos humanos, incluindo familiares, amorosos, de amizade, sociedade e, até mesmo, profissionais.
Confiança é um daqueles termos que todos sabem o que é, mas raramente conseguem descrever com palavras. Para alguns, trata-se de um sentimento, um ato de amizade, algo intrínseco a cada pessoa. Para outros, seria um processo racional de prever o comportamento da outra pessoa. Seja qual for a sua compreensão, sabemos que a confiança é algo que todos nós queremos dar e receber. Mas que as circunstâncias da vida acabam nos demonstrando que devemos ter cautela.
No início do nosso desenvolvimento, confiamos em nossos pais amplamente e dependemos dessa crença para nos desenvolver e aproveitar todas as oportunidades que o mundo nos oferece. É uma confiança infantil, que por vezes chamamos até de ingenuidade.
Imaginemos a redução na confiança dos pais quando as crianças passaram a duvidar da existência do Papai Noel. É como se sentissem traídos pelos pais, pois aqueles que o ensinaram a não mentir estavam mentindo. Os pais são espelhos para os filhos, a fonte de maior confiança e autoridade. Porém, na adolescência, é normal que haja uma sensação de liberdade e de descoberta mais aflorada, fazendo com que eles se tornem mais questionadores.
Essa descoberta, me fez lembrar da música Traumas de Roberto Carlos: “Meu pai um dia me falou pra que eu nunca mentisse mas ele também se esqueceu, de me dizer a verdade. Da realidade do mundo que eu ia saber. Dos traumas que a gente só sente, depois de crescer”.
Será que podemos confiar em alguém que já mentiu antes para nós? Bem, o que tenho certeza que a mentira abala um dos pilares mais importantes dos relacionamentos: a confiança!
A confiança, é um pilar fundamental em todas as relações humanas, sejam elas pessoais, amorosas ou profissionais. Ela é vital em relações amorosas. Sem ela, a base do relacionamento fica comprometida. A falta de confiança pode levar à desconfiança constante, ciúmes, inseguranças e, eventualmente, à ruptura do relacionamento. A confiança sustenta a fidelidade e a lealdade, essenciais para a longevidade do relacionamento. Sentir-se seguro e apoiado pelo parceiro é um dos maiores benefícios de um relacionamento baseado na confiança.
A confiança é essencial para relações saudáveis e produtivas, tanto pessoais quanto profissionais. Construí-la exige esforço, comunicação e consistência, mas os benefícios são imensuráveis. Quando perdemos a confiança, a mais pura verdade vira mentira saída da boca de quem não merece uma gota de credibilidade.
Na vida profissional, é comum ouvirmos frases do tipo "ninguém é confiável", "você não deve confiar em ninguém", "mantenha sempre um pé atrás com qualquer pessoa", "não seja ingênuo", "não seja bobo", "fique esperto", dentre muitas outras. Isto acontece mas o importante que tenhamos em mente que todas as pessoas com quem nos relacionamos no ambiente de trabalho ou na vida cotidiana, merecem, em menor ou maior grau, a nossa confiança.
Funcionários que confiam na liderança da empresa tendem a ser mais leais e a permanecer por mais tempo na organização. Um ambiente de confiança encoraja a criatividade e a inovação, pois os funcionários se sentem seguros para propor novas ideias sem medo de críticas.
O importante é reconhecer os limites da confiança que você deposita em cada pessoa, de acordo com o contexto, é parte essencial para a construção de uma confiança autêntica. A capacidade e a disposição de confiar estão entre as mais importantes virtudes humanas. A base da confiança é a comunicação transparente. Falar a verdade, mesmo que seja difícil, cria um ambiente de segurança e autenticidade.
Dificilmente as pessoas confiarão em alguém que não cumpre suas promessas. Indivíduos assim são vistos com descrença pelos demais, pois sabem que são grandes as chances de que o que eles prometem não se concretize. E dificilmente alguém vai confiar numa pessoa que não guarda os segredos que lhe confiarem e evite manter segredos das pessoas próximas.
Por muito tempo, a confiança e a verdade foram interligadas, onde pessoas que parecem mais confiantes em sua fala transparecem a verdade nos outros. É comum ouvir que, durante um discurso, a confiança é chave para que o público confie em você e associe suas palavras com a verdade.
Hoje em dia, temos ferramentas nos meios de comunicação, que fazem a difusão de não verdades que atraem milhões de pessoas. Estou falando das fakenews que se tornaram um fenômeno global de grandes proporções e dados alarmantes. Será que podemos confiar em pessoas que divulgam fakenews, principalmente por cunhos de ideologias política ou religiosas?
Na verdade estou me referindo as pessoas que mesmo tendo conhecimento que uma “notícia” não é verdadeira, porém interessadas no resultado, fazem a divulgação sabendo que a disseminação pode interferir negativamente no em vários setores da sociedade, como política, saúde e segurança.
As fake news chamam tanto a atenção que acabam viralizando por conta de um fenômeno sociológico conhecido como pós-verdade. Segundo o conceito de pós-verdade, cada indivíduo tem uma tendência maior a acreditar na informação que lhe agrada, ou esteja mais relacionada com seus direcionamentos morais e crenças. Assim, esse indivíduo passa a excluir as possibilidades de crítica e análise para confiar cegamente na informação recebida, apenas porque ela concorda com suas crenças.
Assim, para que o erro não acabe se tornando um grande pesadelo, é importante que haja um esforço coletivo e contínuo de análise das informações. É fundamental saber filtrar as mensagens recebidas, analisar com calma o tipo de fonte, o que o conteúdo propõe e quem escreveu.
Não podemos esquecer, que o pior efeito da mentira, é perder a confiança em quem você acreditava. Nas relações onde a confiança foi quebrada, as verdades viram dúvidas.
Conta uma parábola de origem judaica que a Mentira e a Verdade, em um dia de sol, saíram a caminhar no campo. E resolveram banhar-se nas águas de um rio que se apresentava muito convidativo. Cada uma tirou a sua roupa e caíram na água. Mas, a um dado momento a Mentira aproveitou-se da distração da Verdade, saiu da água e vestiu as roupas da Verdade. Quando esta saiu da água, negou-se a usar as vestes da Mentira. Saiu nua a perseguir a Mentira. As pessoas que as viam passar acolhiam a Mentira com as vestes da Verdade, mas proferiam impropérios e condenações contra a atitude despudorada da Verdade. Moral da parábola: as pessoas estão mais dispostas a aprovar a Mentira com vestes de Verdade do que enfrentar a Verdade nua e crua.
Diz o Evangelho: “a verdade liberta”. O mundo da aparência traz consigo o peso da escravidão.
Importante ressaltar que a confiança está intimamente associada ao caráter porque o caráter de uma pessoa reflete seus valores, princípios e a consistência com que age em conformidade com esses valores. O caráter de uma pessoa determina suas ações e atitudes em diversas situações, influenciando diretamente a percepção de confiança. Pessoas de bom caráter são responsáveis e confiáveis. Elas assumem a responsabilidade por suas ações e estão dispostas a admitir erros e corrigi-los. Agem de maneira consistente com suas palavras. Essa congruência entre o que se diz e o que se faz é fundamental para estabelecer e manter a confiança. Se alguém promete algo e cumpre, ou age de acordo com suas declarações, isso demonstra integridade, que é uma componente central do caráter.
Lembramos que caráter não se compra, confiança e respeito se conquistam. Caráter, ao ter, nunca perde. A confiança, quando perdida, nunca se terá de volta.
Na verdade, a confiança é como um cristal, uma vez quebrado, nunca mais volta a ser o mesmo. Você pode juntar os cacos e tentar colar, mas as marcas serão evidentes (Priscilla Rodighiero). A quebra de confiança é uma ferida profunda nas relações, e a reconstrução dessa confiança exige tempo, esforço e comprometimento de ambas as partes envolvidas.
Para mim, uma relação de confiança não se baseia em dar ao outro garantias ou previsibilidade. Para mim, uma relação de confiança se baseia na Verdade - mesmo que isso gere frustração.
De qualquer forma não podemos esquecer que um indivíduo que não confia em ninguém leva uma vida vazia, sem amizades verdadeiras, pessoas com quem compartilhar seus medos, angústias e, até mesmo, as alegrias. Só recebemos aquilo que oferecemos aos outros, portanto, se deseja confiança, a ofereça.
“A verdade alivia mais do que machuca. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água (Miguel de Cervantes)”.

De vez em quando vejo nos para-choques ou no vidro traseiro dos carros a frase, “Deus é fiel e justo”. E sempre me questiono se realmente quem divulga essa frase procura viver essa fidelidade e justiça. Deus queira que sim.
Sendo específico a palavra justo, sabemos que a justiça é uma qualidade fundamental da natureza Divina. A justiça de Deus está ligada à sua bondade e misericórdia (Salmos 116:5). Quem ama a Deus ama também a justiça, porque toda a justiça vem de Deus. A Justiça de Deus é reta e cheia de misericórdia. Ele reprova e condena a injustiça porque esta causa destruição e morte.
Acreditamos que a maioria das pessoas possuem algum senso de justiça. Todavia, sabemos de como é difícil ser justo nesse mundo de Deus. Mesmo tendo esta consciência de estar num mundo de injustiças e mesmo não sendo muito justos, reclamamos quando há falta de justiça.
Quantas vezes somos vítimas de injustiça, além de causar tristeza, é revoltante, mas a justiça dos homens nem sempre é justa. Infelizmente a justiça dos homens está carregada de injustiça.
A história da humanidade é repleta de momentos que evocam grandeza e progresso, mas também é marcada por tragédias e injustiças que abalaram o mundo. Algumas dessas injustiças ainda reverberam, causando impacto social, político e econômico nas gerações atuais.
Sócrates foi julgado em 399 a.C. Ele foi acusado de “desviar” a juventude. Sócrates disseminava ideias que incomodavam os poderosos de Atenas. Na sessão, adotou uma postura arrogante, desafiando os jurados. Acabou condenado a beber cicuta, um poderoso veneno. Pouco antes da execução, teve a oportunidade de fugir, mas preferiu cumprir a pena. Entendeu que a injustiça de seu julgamento e de sua pena reforçavam a sua causa.
Jesus, que pregava o amor, foi julgado duas vezes. Primeiro, pelo sinédrio, o tribunal judeu, onde foi acusado de blasfêmia. Mas os judeus não tinham, na Palestina, o poder de impor pena de morte. Em seguida, Jesus foi julgado pelos romanos. Seus seguidores haviam causado confusão, talvez fosse uma ameaça ao sistema. Num julgamento sumário, sem chance de defesa, foi, ao fim, crucificado.
Martinho Lutero, em 1517, denunciou os exageros da Igreja. Iniciou um movimento de protesto, mas, principalmente, de afirmação do livre arbítrio. Foi levado a julgamento em Worms, quando lhe foi oferecida a oportunidade de se arrepender de suas críticas. Lutero, corajosamente, preferiu manter-se firme aos seus propósitos e convicções. Foi obrigado a fugir e a viver escondido por anos. Plantou a semente do espírito crítico.
O Holocausto, é uma das maiores tragédias da história humana, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, que perseguiu e exterminou cerca de seis milhões de judeus e outras minorias, como ciganos, homossexuais e deficientes. Essa injustiça gerou consequências que impactam até hoje.
Na obra “Ética a Nicômaco”, o grego Aristóteles fala da justiça e injustiça. Segundo o filósofo, justo é o homem que cumpre e respeita a lei e injusto é o homem “sem lei” e ímprobo. Diante disso, surge o conceito de injustiça, que é o oposto da justiça, isto é, o estado em que a justiça está ausente, que viola os direitos das pessoas e que privilegia alguns em detrimento de outros (sem uma justificativa plausível para isso).
Mas, podemos afirmar que mundo realmente é um lugar totalmente injusto? Quando escutamos ou lemos nos noticiários as catástrofes que acontecem no mundo, podemos afirmar que é uma ação Divina para castigar o homem? Vamos raciocinar com calma. Quem provoca desmatamento, queimadas? Quem polui o ar com monóxido de carbono e outros contaminantes? Quem fica brincando com produtos radioativos ou fazendo bombas atômicas? Quem polui os oceanos com derramamento de petróleo ou com materiais plásticos? Os rios com agrotóxicos, com mercúrio e similares? Quem é culpado pela ganância humana que quer o poder e termina provocando guerras? Quem é culpado pela fome na face da terra mas se gasta bilhões de dólares na fabricação de armas e construção de foguetes para tentar ir a outros planetas? Quem é culpado pela ocupação das margens dos rios? Quem é culpado pela construção em encostas de morros? Quem é culpado pela imprudência nas estradas e nas cidades? Quem é culpado pela produção de drogas, venda e consumo? A lista é grande. O problema é que Deus no deu livre arbítrio. Devemos lembrar do Paraíso do Livro do Gênesis. Depois a culpa é dele. Caíamos na real.
O filósofo Allan Kardec (1804-1869) explica que as desigualdades sociais não são obra do acaso e nem de Deus. Elas foram criadas pelos homens. Ainda assim, há quem afirme que é fruto da ambição desmedida e do egoísmo daqueles que querem, para si, toda a riqueza e poder.
Falar de desigualdades significa falar de injustiça, pelo menos numa das suas expressões, que é a impossibilidade de determinadas pessoas terem acesso a determinados recursos. Falamos não só de recursos económicos, mas também de recursos políticos, culturais, ambientais, etc.
As situações não faltam. No nosso cotidiano às vezes ficamos “revoltados” com alguns fartos que acontecem conosco. Isto me fez lembrar de uma frase dita por Tancredo Neves, eleito presidente do Brasil, que não chegou a assumir o mais alto cargo da nação, pois foi vitimado por uma insidiosa doença. Ao perceber que não chegaria a ocupar o ambicionado posto e em plena agonia, exclamou: “Eu não merecia isto!”.
Na nossa vida estudantil: "Professor, é uma verdadeira INJUSTIÇA, o senhor me reprovar por faltas, só por que não vim...".
Muitas famílias se revoltam quando um filho que se desviou do caminho, perdendo-se nos labirintos do crime, das drogas, ou morrendo prematuramente. O primeiro questionamento: “O que é que eu fiz para merecer isto?” Imaginemos o pensamento de uma pessoa no estado terminal: Porque eu?
Quem nunca passou por um momento em que fez tudo certo, seguiu todos os passos, mas não obteve o resultado esperado? Ou então, viu alguém que parecia estar “errado” ou agindo de maneira injusta ser recompensado de alguma forma?
Infelizmente, quase todos nós, em algum momento, sentimos este gosto amargo que é ser injustiçado por alguém ou em alguma situação.
Existe uma diferença muito grande entre entender que existem situações injustas e acreditar que a vida inteira é uma grande injustiça.
No ambiente de trabalho é um local onde acontecem injustiças, porém não é porque um chefe foi injusto com você em uma empresa que todos os chefes que você terá ao longo da carreira serão injustos com a sua conduta profissional.
Na verdade vivemos em um mundo mergulhado em trevas. Por isso, precisamos nos manter sempre próximos de Deus, para ter uma percepção clara daquilo que é certo aos olhos dEle.
Na prática, ser justo significa atender às exigências que Deus faz. Neste sentido, não há nenhuma pessoa completamente justa além de Deus.
O apóstolo Paulo mostra os parâmetros que envolvem o sentido da justiça na bíblia, quando ele diz: “Nele se revela a justiça de Deus, que vem pela fé e conduz à fé, como está escrito: ‘O justo viverá pela fé’” (Rm 1,17). Isso significa que a justiça está em sintonia com a vontade de Deus e na realização autêntica dos atos do ser humano na relação com as pessoas e com toda a natureza.
Todavia, as leis humanas são promulgadas para fazer acontecer, na prática, o cumprimento da justiça entre as pessoas. Os fariseus e doutores da lei quiseram incriminar Jesus dizendo que Ele não observava as leis de seu tempo. Ele era inclusive colocado à prova porque não poderia ser contra as leis. Mas para Jesus, a pessoa humana está acima da lei, principalmente quando o seu cumprimento ocasiona injustiça.
Importante ressaltar que justiça e injustiça são termos em sua definição abstratos e que dependem de perspectiva e, com isso, algumas situações que para uns são consideradas injustas, para outros não são.
Quando pensamos em justiça, logo nos vem à mente o castigo e a punição merecidos por algo que se fez de errado. Sabemos que a justiça humana é falha, parcial, corrompível e muitas vezes oportunista. Isto é, segundo a nossa "justiça", o outro merece sempre ser punido e pagar as consequências dos seus erros. Mas, se somos nós os culpados, buscamos parcialidade ou uma brecha para nos inocentar.
Em outras palavras podemos dizer que a justiça é sempre mais rigorosa quando a requeremos em nosso favor. Quando somos injustiçados exigimos a punição e o castigo alheio, mas não o contrário. Buscamos a nossa justiça própria, quando queremos ser favorecidos, mas a esquecemos quando ela nos acusa. Tem uma frase que diz: A justiça é o que nos favorece; a injustiça, é o que nos contraria.
Esse frase me faz lembrar de um ex-deputado federal chamado Daniel Silveira que votou em 2022 favor da proposta de um projeto de lei para acabar com a possibilidade de saídas temporárias nos feriados para visitar familiares. Como agora ele está de tornozeleira eletrônica e preso em regime semiaberto, a poucos dias pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o direito à saída temporária para visitar a família no feriado da Páscoa.
O escritor e político inglês Daniel Defoe, escreveu: “A justiça sempre parece violenta a quem a recebe, pois cada pessoa é, aos seus próprios olhos, inocente”,
O profeta Isaias em 59:4 no diz: “Ninguém pleiteia sua causa com justiça, ninguém faz defesa com integridade. Apoiam-se em argumentos vazios e falam mentiras; concebem maldade e geram iniquidade”. Em outras palavras: “Não é para procurar a justiça que vão ao tribunal, e ninguém diz a verdade ao juiz. Todos confiam em mentiras e falsidades; inventam maldades e praticam crimes”.
Para entender por que precisamos da Justiça, se faz necessário imaginar um mundo perfeito, onde as pessoas, por meio da caridade, do amor, da igualdade e de outras coisas boas, conseguissem resolver os seus problemas e as suas diferenças. Um lugar onde todos os tipos de problemas existentes entre os indivíduos fossem resolvidos por esses próprios indivíduos, sem a necessidade da interferência de uma terceira pessoa. Infelizmente este é um mundo utópico.
A principal função da justiça, hoje em dia, é garantir que todos os cidadãos sejam tratados de forma igual e justa, sem discriminação ou favoritismo, tendo seus direitos respeitados. Mas segundo o estadista grego Sólon (638 a.C.–558 a.C.): “As leis são como as teias de aranha que apanham os pequenos insetos e são rasgadas pelos grandes”.
Existem muitas pessoas injustas no mundo, mas nós não devemos presumir que todas as pessoas sejam. É importante dar um voto de confiança aos novos indivíduos que chegam às nossas vidas. Muitos deles têm um senso de justiça apurado e certamente vão reconhecer os nossos méritos. Quando não somos justos com nós mesmos e com os outros passamos a julgar aquilo que não nos acomete. Ao passo que, quando paramos para refletir de forma justa sobre as nossas ações, passamos a olhar para a nossa vida de outra maneira, de modo que as escolhas se tornam mais coerentes.
Tem pessoas que acham que são os donos da verdade. No entanto, Deus não nos colocou no mundo para que sejamos juízes. Destacarmos que a própria Bíblia já nos diz: não julgueis para que não sejais julgado, pois à medida em que você julgar, será julgado na mesma proporção. E, ainda, diz que: antes de julgar “tire o cisco de seu próprio olho”.
Importante que busquemos sempre levar uma vida em justiça, isto é, correspondendo ao que Deus espera de todos nós. O que não podemos justificar determinados erros instrumentalizando a aplicação das leis, fazendo injustiça.
As repetidas práticas de injustiça acabam chegando a um final desconcertante. Como diz o ditado: “Mais cedo ou mais tarde a casa cai”. Significa que a injustiça não se justifica e não tem estabilidade.
Relembrar uma grande injustiça, com rancor no coração, é revivê-la. Lembre-se do que Platão já dizia: Quem comete uma injustiça é mais infeliz que o injustiçado.
Os julgamentos injustos jamais acabam, não têm fim. Seguem ecoando em nossas consciências.

Na minha infância e adolescência ficava muito feliz quando no dia do meu aniversário recebia um telegrama dos meus avós, me parabenizando. Não estamos falando do aplicativo telegram que é o rival do WhatsApp, mas sim de um antigo meio de comunicação, usado para mandar mensagens por meio de códigos e que podia ser fonado ou impresso. Foi um meio de comunicação muito comum no início em partes do século XIX e do século XX.
O Telégrafo era o aparelho que era utilizado para a comunicação, inventado em 1837 por Samuel Morse. Esse equipamento utilizava a corrente elétrica para transmitir códigos, que correspondiam a letras do alfabeto, e a junção dos códigos formava mensagens. Ele permitiu que informações fossem transmitidas a longas distâncias de maneira rápida e eficiente, revolucionando a comunicação em todo o mundo.
Ao enviar a primeira mensagem à distância, em 1844, Samuel Morse não imaginava que acabaria ficando mundialmente famoso como criador da telegrafia. A primeira mensagem transmitida dizia: "What hath God wrought!" que significa “Que obra Deus fez!”.
O telégrafo chegou ao Brasil durante o Segundo Reinado, especificamente na década de 1850. O imperador d. Pedro II era um entusiasta das novas tecnologias que surgiam no período, e, por seu intermédio, a primeira linha de telégrafo no Brasil foi instalada.
Apesar de sua importância, o telégrafo ficou ultrapassado com a popularização do telefone durante o século XX. Mesmo assim, sua invenção e desenvolvimento foram fundamentais para a criação de outras tecnologias de comunicação que utilizamos atualmente. Lembramos, que mesmo em desuso, ainda é usado no Brasil. Se no século passado o telegrama correspondia a uma espécie de e-mail primitivo e os principais clientes eram as pessoas físicas, agora o grande e rentável filão para esse serviço são as empresas. Bancos e órgãos públicos aparecem no topo dessa lista de usuários. Considerado um documento oficial, o telegrama é usado pelas instituições financeiras, para enviar extratos e comunicações aos correntistas. Além disso, é usado por empresas para informar sobre cobranças extrajudiciais, perícias médicas e convocações para concursos.
A transmissão via internet, que teve início em 2001, impulsionou o tráfego de mensagens no país, dando sobrevida a esse braço dos Correios. A atual transmissão eletrônica é chamada de híbrida: os dados são captados pela web e depois a mensagem é impressa e envelopada por máquinas na agência mais próxima do destinatário, sem a intermediação humana.
Bem, como tudo tem uma última vez, foi exatamente em 21 de janeiro 1987, que recebi o último telegrama. Esse telegrama foi enviado pela Petrobras me convocando para comparecer na Sede Petrobras de Natal afim de submeter-me a exames médicos. Logo em seguida fui admitido.
Tenho certeza, de quem fez o uso desse tipo de mensagem ou, até mesmo, recebeu um telegrama no passado, guarda boas recordações.
Me atrevo a dizer que a invenção do telegrafo foi o pai de todas as redes sociais atualmente existentes em pleno século XXI.
Não é mais possível ignorar a presença das diferentes redes sociais em nossas vidas. A chegada das redes sociais causou transformações comportamentais dentro da sociedade, de forma universal. As redes sociais,possibilitam muitas atividades positivas e facilitam a vida de pessoas e instituições, elas criaram espaços para novos tipos de negócios, novos empregos, novas formas de comunicação.
Atualmente existem diferentes redes sociais, cada uma com um propósito e um público-alvo específico. Mas, como nem tudo que reluz é ouro, as redes sociais têm alguns malefícios, influenciam, e muito, não apenas a rotina e a dinâmica de cada indivíduo, mas de toda a sociedade e, consequentemente, do mundo.
Os perigos das redes sociais são muitos e estão mais próximos do que imaginamos.
A exposição excessiva nas redes sociais é um grande problema. Muitos são os crimes cometidos com ajuda de informações obtidas por aquilo que as próprias vítimas postam em seus perfis.
As redes sociais foram responsáveis pela criação do ‘cyberbulling’(ou bullying virtual/cibernético), que se caracteriza pela intimidação e/ou assédio por meio da internet em diversos sentidos. O bullying já é algo conhecido, em especial entre crianças e adolescentes. É aquela zombaria de colegas, comentários maldosos sobre a aparência da pessoa, apelidos inventados para constranger. Quando o bullying, passa para a esfera virtual, ele é chamado de cyberbullying e pode ser bem mais agressivo.
Outro perigo é o que chamam de “Roubo de identidade”. Quando alguém rouba seus dados e se faz passar por você, utilizando suas informações, seja identificação pessoal, cartão de crédito ou qualquer outro dado sem sua permissão, chamamos de roubo de identidade ou violação de identidade. Alguns tipos de golpes prometem dinheiro fácil, liberdade financeira e outros atrativos que chamam a atenção.
Campanhas de ódio, assédios, exposição da intimidade alheia e até tentativa de homicídio usando a internet como meio de aproximação são riscos enfrentados com frequência cada vez maior pelos internautas.
A infância e a adolescência são fases de crescimento e desenvolvimento, mas que escondem muitos perigos. Por trazerem conteúdos perigosos e possibilitar a prática do grooming, as redes sociais podem oferecer riscos, em particular às crianças e adolescentes. O grooming é a prática de adultos que se aproximam de menores de idades, muitas vezes usando de perfis falsos nas redes sociais, com o intuito de corrompê-los e abusar deles sexualmente.
Atualmente podemos afirmar que as redes sociais têm um impacto muito grande nas crianças e adolescentes quando falamos de relacionamento e interações sociais. Existe uma geração que está sendo moldada pelas redes sociais. Ou seja, que vive nas redes como se fosse sua vida real, por vezes, ignorando a sociedade fora do mundo online.
O uso das redes sociais por crianças é uma questão delicada, pois é importante que elas sejam protegidas dos perigos da internet. Além disso, é preciso estar atento ao conteúdo que as crianças têm acesso na internet e monitorar suas atividades nas redes sociais.
Todavia não podemos esquecer das benécias das redes sociais. Desde adolescentes que usam a internet para pesquisar trabalhos escolares até crianças que se envolvem em atividades educativas e lúdicas nas redes sociais, a influência das redes sociais na educação tem se mostrado cada vez mais presente. Embora a influência das redes sociais na educação possa trazer muitos benefícios para os estudantes, é importante que haja um equilíbrio entre as vantagens e desafios apresentados, para que os usuários possam usufruir dos benefícios das redes sociais na educação
As redes sociais rompem barreiras geográficas, nos colocam em contato com pessoas queridas e proporcionam conteúdos para todos os gostos, tais como: informativos, educativos e de entretenimento. Porém, há também um lado negativo na relação entre redes sociais e saúde mental.
Estamos formando uma geração de pessoas que podem ter um impacto negativo muito grande em sua saúde mental por conta das redes sociais.
Isso vai desde ansiedade, depressão, baixa autoestima, entre outros transtornos. Na verdade, o impacto das redes sociais no cérebro humano possui várias similaridades com o que é causado por vários tipos de drogas. Por exemplo, os adolescentes se tornam desatentos e excessivamente ansiosos em sua vida cotidiana, desenvolvendo problemas de aprendizagem e memorização, sentindo-se muitas vezes desmotivados e deprimidos, e apresentando variações emocionais violentas que prejudicam seu dia a dia.
A exposição prolongada à tela gera diversos efeitos como dores de cabeça, perda de sono, visão borrada e olhos secos.
Antigamente as pessoas reclamavam de falta de informação. Atualmente temos acesso a muita informação e é muito fácil propagar qualquer conteúdo, seja ele credível ou não. Assim, o problema passou a ser a falta de garantia acerca da veracidade das coisas que se compartilha. Devido ao seu alto poder de difusão, as redes sociais, a propagação de notícias falsas ganhou uma velocidade assustadora. Infelizmente, os compartilhamentos feitos sem checagem da veracidade da informação, fazem com que conteúdos falsos se disseminem em um piscar de olhos.
O conceito fake news ganhou força mundialmente em 2016, com a corrida presidencial dos Estados Unidos, época em que conteúdos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram compartilhados de forma intensa pelos eleitores de Donald Trump.
Notícias falsas não são uma exclusividade do século XXI. Através de toda a história há vários episódios em que rumores falsos foram espalhados, tendo grandes consequências. Por exemplo; Benjamin Franklin escreveu notícias falsas sobre Índios assassinos que supostamente trabalhavam para o Rei George III, com o intuito de influenciar a opinião pública a favor da Revolução Americana.
Uma contribuição valiosa para a vitória de Eurico Gaspar Dutra na eleição presidencial de 1945 veio de Hugo Borghi, que distribuiu milhares de panfletos acusando o candidato Eduardo Gomes de ter dito: ''Não preciso dos votos dos marmiteiros''. O que Eduardo pronunciou na verdade, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 19 de novembro (menos de um mês antes do pleito, ocorrido em 2 de dezembro), foi: "Não necessito dos votos dessa malta de desocupados que apoia o ditador para eleger-me presidente da República".
Na verdade, em se tratando de política, as redes sociais se tornaram um instrumento de propagação de mentiras e fatos irreais, que coloca em risco o andamento do processo político do pais país. Espalham-se discursos de ódio e preconceitos. Consequentemente, nossas opiniões políticas são construídas a partir destes pensamentos, o que nos leva a votar em determinado candidato, e o que nos torna facilmente manipuláveis. Nunca podemos esquecer que a política de um pais país se faz com verdade e ética social.
Parece irônico falar em exposição nas redes sociais, já que esse é um dos principais propósitos dessas plataformas: postar suas fotos, falar sobre a sua vida, mostrar sua rotina, expor aquilo que você gosta (e o que você não gosta), entre outras coisas, é o que se espera de um perfil nas redes sociais. Por isso, é necessário que a população investigue e duvide se a informação é verdadeira ou falsa.
Muitas vezes nos esquecemos da nossa vida ‘real’, nos tornamos seres muito sociais nos meios digitais e ao mesmo tempo nos fechamos para as pessoas que convivem conosco no dia a dia. Preferimos parabenizar alguém pelas redes sociais do que fazer através de uma simples ligação ou pessoalmente.
Sem dúvida alguma, o século XXI vai se caracterizar pelas condutas viciantes, repetitivas, geradoras de tolerância. É um fenômeno em crescimento, e novos vícios, especialmente relacionados com a tecnologia, provavelmente vão surgir nos próximos anos.
As redes sociais são parte de nossas vidas e podem ser muito benéficas se usadas de forma consciente e criativa. Corroboro com Samuel Morse quando da transmissão da primeira mensagem através do telégrafo, onde ele disse que foi sensacional a obra feita por Deus. Infelizmente essa evolução tem causado sérios problemas na vida da sociedade.
Não é justo dizer que às redes sociais são grandes vilãs do nosso século XXI, mas devemos tratá-las como ferramentas positivas que precisam ser utilizadas de modo mais cuidadoso.

Ninguém tem dúvida que a linguagem humana é um dos meios mais importantes para a comunicação. Para fazer seu papel, ela utiliza um conjunto finito de elementos, como gestos, sons e palavras. Porém, um meio ambíguo, já que pode construir ou destruir. Um estudo recente, afirma que a complexidade da nossa linguagem não demorou milhares de anos para ser atingida, como afirmam algumas correntes de estudos na área. Os humanos passaram a falar como hoje de forma muito rápida, combinando dois sistemas de comunicação pré-existentes na natureza, encontrados nos pássaros e nos macacos.
Se formos bem específico a linguagem verbal, que consiste no uso de palavras escritas ou faladas, podemos dizer que elas têm um grande poder, sendo capazes de motivar, levantar, emocionar, aproximar, decepcionar, magoar, afastar e derrubar. As palavras são capazes de expressar vontades e emoções.
Quando usadas de forma correta, geram reflexões e opiniões, que podem ser de grande valia para quem as ouve. Ao contrário, quando não se mede o impacto que a palavra pode ter, elas podem ser responsáveis por grandes decepções, frustrações e agressões.
A Bíblia, nos dá alguns enfoques a respeito da questão do "falar", isto é, da linguagem verbal que sai de nossa boca. Na verdade boca e lábios são sempre figuras bíblicas para a fala. Não poderíamos então deixar de começar a discorrer sobre o assunto mencionando algo importante dito por Jesus: "Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto sim, contamina o homem" (Mateus 15. 11). O livro de Provérbios por inúmeras vezes adverte a respeito do perigo de nossas bocas e lábios. Na verdade o ensino é simples: o homem que guarda a sua boca controla a sua fala; “aquele que guarda as suas palavras salva a si mesmo, enquanto que aquele que fala sem discernimento destrói a si mesmo” (Provérbios capítulo 13:3).
Quase sempre que estou lendo a Bíblia, Palavra de Deus, gosto de reler a Epístola de Tiago, principalmente o capítulo 3, versículo 1-5, onde ele diz: "Meus irmãos, não se façam todos de mestres. Vocês bem sabem que seremos julgados com maior severidade, pois todos nós estamos sujeitos a muitos erros.
Aquele que não comete falta no falar é homem perfeito, capaz de pôr freio ao corpo todo. Quando colocamos freio na boca dos cavalos para que nos obedeçam, nós dirigimos todo o corpo deles. Vejam também os navios: são tão grandes e empurrados por fortes ventos! Entretanto, por um pequenino leme são conduzidos para onde o piloto quer levá-los. A mesma coisa acontece com a língua: é um pequeno, membro e, no entanto, se gaba de grandes coisas”.
Tiago usa dois exemplos interessantes: Freio na boca: um pequeno instrumento para controlar o animal e conduzi-lo todo, não só a boca. Leme do navio: comparando ao navio ele é muito pequeno, mas uma vez que o capitão direciona o leme, todo o navio vai para o lugar desejado. Se controlarmos a nossa língua, toda a nossa vida vai estar sob controle.
A carta de Tiago é pouco conhecida dos cristãos de hoje. Paulo afirma que a
justificação vem pela fé, e não pelas obras. Tiago diz que a fé sem as obras é cadáver. Em geral é relegada a segundo plano, como se fosse um retrocesso em relação aos escritos de Paulo.
Lutero e a tradição bíblica protestante em geral rejeitam essa carta. Numa frase infeliz, Martinho Lutero no prefácio à tradução do Novo Testamento, em 1522, chamou a carta de Tiago de “carta de palha”, porque não servia para ilustrar sua exaltação da fé e da graça contra as obras da Lei, que supostamente mereceriam a salvação. Na segunda edição, Lutero retirou este comentário.
Os católicos a veem com suspeita, e só se lembram que nela se encontram os textos mais fortes contra os ricos. Na verdade, na minha opinião, a carta é um verdadeiro tesouro da tradição cristã primitiva, e os cristãos de hoje têm muito a aprender com ela, principalmente com as situações que ela espelha.
Conta-se que certa vez um mercador grego, rico, ofereceu um banquete com comidas especiais. Chamou seu escravo e ordenou-lhe que fosse ao mercado comprar a melhor iguaria. O escravo retornou com belo prato. O mercador removeu o pano e assustado disse: -Língua ?!! Este é o prato mais delicioso? O escravo, sem levantar a cabeça, respondeu: - A língua é o prato mais delicioso, sim senhor. É com a língua que pedimos água… …dizemos "mamãe", fazemos amigos, perdoamos. Com a língua reunimos pessoas, dizemos "meu Deus", oramos, cantamos, dizemos "eu te amo"…
O mercador, não muito convencido, quis testar a sabedoria de seu escravo, e o mandou de volta ao mercado, desta vez para trazer o pior alimento. O escravo voltou com um lindo prato, coberto por fino tecido. O mercador, ansioso, retirou o pano para conhecer o pior alimento. - Língua, outra vez?!!, disse, espantado. - Sim, língua, respondeu o escravo. É com a língua que condenamos, separamos, provocamos intrigas e ciúmes, blasfemamos. É com ela que expulsamos, isolamos, enganamos nosso irmão, xingamos pai e mãe…
Não há nada pior que a língua; não há nada melhor que a língua. Depende do modo que a usamos.
Na maioria das vezes não medimos o impacto que uma palavra pode ter. Às vezes não conseguimos controlar o que falamos, mas tem horas que parece que a nossa boca funciona sozinha, sem a ajuda do nosso cérebro.
Quando estamos nervosos, falamos sem pensar. Às vezes, pensamos rápido e queremos ser engraçada, daí acabamos sendo sarcásticos. “Era só brincadeira.” Mas humilhar outros não tem graça.
Na verdade, nossas palavras possuem um poder maior do que conseguimos mensurar. Elas podem produzir vida ou morte! A palavra levanta ou derruba, emociona ou fere, traz felicidade ou decepção, aproxima ou afasta. Tem o poder de exprimir o amor, a alegria, o respeito, a admiração, a generosidade, mas também, da forma como é falada, pode carregar a inveja, o ódio, o ressentimento.
Quando falamos palavras que machucam, quem as ouve, jamais vai se esquecer de cada palavra dita por você, pode até lhe perdoar, mas ela vai lembrar de letra por letra dita por você.
É muito comum as pessoas se arrependeram de algo que falaram ou pior ainda, perceberem que não deveriam ter dito algo quando já era tarde demais. A palavra falada é como a flecha lançada, não tem volta
Quem se deixa guiar pelo sentimento também tem o péssimo hábito de falar sem pensar. Normalmente, a pessoa não tem a menor noção do que sai de sua boca (ou dos dedos, quando digita).
Nos tempo atuais, com a criação de aplicativos multiplataforma de mensagens instantâneas, como por exemplo “Whatsapp”, seja através de escrita ou vídeos que são enviados pelos usuários, aumentaram o risco de fofocas, acusações falsas, ou calúnias, denominados como fakenews. Infelizmente o que foi feito para melhorar as comunicações tem se tornado meio de intriga e discórdias entre amigos e familiares.
Outro ponto importante a se refletir, diz respeito a pessoas que a cada dez palavras dizem quase isso de palavrões, pornografia, obscenidade, etc. Isso demonstra que o coração está cheio de maldade, cheio de coisas de má reputação, cheio de comportamentos não aconselháveis aos nossos ouvidos, aos nossos corações. Não estamos com "puritanismo", mas tornam-se desconfortáveis para o nosso conviver conversas maliciosas, desrespeitosas, escarnecedoras, zombeteiras; que, via de regra, criam barreiras para um convívio diário.
Podemos afirmar que palavras de derrota são consideradas palavras torpe. A “palavra torpe” é muito mais do que palavrão ou palavras de baixo calão. Consideradas palavras de dúvida, palavras negativas, palavras maliciosas, palavras depreciativas.
É impressionante e lastimável quando escutamos palavras torpe de pessoas que ocupam cargos políticos ou culturais. Como por exemplo: "Toda mulher gosta de apanhar. O homem é que não gosta de bater." (Escritor Nelson Rodrigues). Temos ainda, uma declaração do ex-presidente João Batista Figueiredo: “Eu cheguei e as baianas já vieram me abraçando. Ficou um cheiro insuportável, cheguei no hotel tomei 3, 5, 7 banhos e aquele cheiro de preto não saía”.
Temos ainda falas do ex-presidente Bolsonaro, que podem ser consideradas torpe, como por exemplo: "Eu fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais”. Da mesma forma que a fala do Presidente Lula: “Cadê as mulheres do grelo duro do nosso partido”.
Dentro desse mesmo contexto, relembramos de uma das mais polêmicas declarações do cantor John Lenon no ano de 1966, disse: “O cristianismo vai acabar. Jesus era legal, mas suas disciplinas são muito simples. Hoje nós somos mais populares que Jesus Cristo”. Essa fala levou a um descontentamento enorme na Igreja Católica. Somente em 2010, o jornal oficial do Vaticano divulgou que a Igreja Católica perdoando os Beatles. John Lenon morreu em 1980 após receber 05 tiros de seu próprio fã.
Importante também refletir, acerca do que é falado pelos pais para seus filhos. Os pais devem sempre medir suas palavras diante dos seus filhos. Pensando melhor antes de dizê-las, principalmente em momentos de chateação, raiva, desgosto ou cansaço. Frases como: ‘Você é insuportável’; ‘Você é um chato’; ‘Só me dá desgosto’; ‘Você é um burro!’; ‘Você é um mentiroso’; ‘Não confio em você’, etc. Essas frases fazem com que as crianças se sintam inseguras e medrosas. As crianças sentem que não merecem a confiança dos seus pais e o pior, marcam sua autoestima ao longo da vida, incapacitando-as, inclusive, em algumas situações. Antes de dizer qualquer coisa aos seus filhos, mesmo se estiver num momento de raiva, cansaço ou de desgosto, o melhor é que respire fundo, conte até 10 ou 100.
O pensador romano Sêneca nos deixou essa bela sabedoria: "O que você vai dizer, antes de dizer à outra pessoa, diga a você mesmo.
Assim como esse ensinamento do pensador Sêneca, lembramos de alguns conselhos sábios para o bom uso das palavras: fale com prudência, reduza sua fala, fale somente o necessário, pondere e pense especificamente todas as vezes que você abrir sua boca, seja prudente e amoroso ao falar e discipline sua língua. Palavras que dizemos hoje são sementes que estão criando o nosso futuro.
Há momentos em que o silêncio é a maior expressão de sabedoria. Falar com o coração irado ou exasperado nunca fará bem a ninguém (nem ao que fala).
Erros podem ser perdoados, atitudes podem ser repensadas, mas algumas palavras nunca poderão ser esquecidas. Tentar apagar o que você falou é como apertar o tubo da pasta de dente e tentar colocar a pasta de volta. Não tem como! Diz um ditado que "falar é prata, calar é ouro". Complementando podemos dizer: "Observar é bronze, falar é prata e calar é ouro".
Concluímos, lembrando de dois Provérbios: “A língua calma é árvore de vida, mas a palavra perversa causa profunda tristeza.” (Provérbios 15:4). “Palavras impensadas são como os golpes de uma espada.” (Provérbios 12:18).

Existe um ditado que diz: “A galinha do vizinho é sempre a mais gorda". Aliás, quase sempre não o é. Expressão popular que transmite a ideia de que a maioria dos homens nunca estão satisfeitos com as coisas que possuem, e acreditam que as coisas dos outros são sempre melhores. Na minha opinião esta velha máxima, está completamente enraizada na nossa cultura. Se caminharmos para área de consumidores, esta expressão fica mais latente. Na verdade, o que precisamos é nos tornarmos consumidores responsáveis e, assim, tornar verdadeira a frase de que “há aparências que não nos iludem”.
Este ditado nos faz lembrar do início das minhas atividades profissionais. Na empresa que trabalhei no início da década de 1980, os mecânicos só queriam utilizar óleos lubrificantes se fossem da Esso, Shell, Texaco ou Castrol, sem nenhuma explicação técnica. Qual quer outro tipo de óleo, como por exemplo, da Petrobras Distribuidora, era rejeitado pelos mesmos.
Importante lembrar o esforço da Petrobras, desde da inauguração em 1973 da Unidade de Lubrificantes, na refinaria Duque de Caxias (REDUC) e consequentemente a criação da logomarca LUBRAX, em colocar seus produtos na briga de mercado com os produtos de empresas estrangeiras. Ganhar o mercado no Brasil, levou alguns anos. Várias campanhas publicitária foram feitas, como por exemplo, recorrendo do slogan “Nossa gente, nosso óleo”.
Apesar de ser tricolor carioca, tenho que exaltar o papel do Flamengo que a partir de 1984, passou a estampar na camisa do time a marca Lubrax.
Em 24 de junho daquele ano, o Jornal do Brasil publicava matéria delineando a “guerra dos lubrificantes”: nada menos que oito marcas disputavam a preferência do consumidor, divididas em três patamares, de acordo com sua fatia no mercado. A Petrobras Distribuidora se mantinha no primeiro, ao lado da Shell e da Texaco. Um pouco abaixo vinham emboladas Esso, Atlantic e Ipiranga. E num plano inferior, Mobil e Castrol.
Em 1998, a Petrobras Distribuidora celebrava pela primeira vez a liderança do mercado, tendo o óleo Lubrax como produto “Top of Mind” de seu segmento, à frente de concorrentes da Texaco, Ipiranga e Shell. A marca Lubrax ficou na camisa do time por 22 anos (1984-2006).
Felizmente a aceitação desse tipo de produto pelos brasileiros tem tido uma mudança no decorrer dos últimos anos, porém infelizmente não ocorre com outros produtos, como por exemplo, perfumes, vinhos, etc.
Para os especialistas, os perfumes importados são sinônimo de sofisticação e excelente padrão de qualidade e que são preferidos às versões nacionais por serem mais duradouros, terem um cheiro mais agradável e por serem feitos com ingredientes de melhor qualidade.
Temos também perfumistas que garantem existirem marcas no mercado brasileiras de alto padrão oferecem fragrâncias tão boas ou melhores do que as importadas assinadas por grandes nomes da perfumaria Internacional.
Da mesma forma que os perfumes, a maioria dos brasileiros têm um grande preconceito com o vinho nacional. É comum observar a reação de desconfiança das pessoas quando lhes oferecem uma garrafa de vinho nacional, como também, é muito comum no espaço reservado aos vinhos de um supermercado, os consumidores passarem rapidamente pelos vinhos brasileiros, sem nem prestar atenção e irem direto à prateleira dos vinhos importados.
Bem, não sou enólogo, mas segundo esses profissionais que se dedica à ciência dos vinhos, a evolução do vinho nacional é notória. Foi a partir de 1990 que observou-se um grande avanço da vitivinicultura brasileira, principalmente no que diz respeito ao uso de tecnologias inovadoras em todo o processo de produção da uva e elaboração do vinho. Por isso é importante valorizarmos os bons vinhos nacionais, caso contrário vamos eternamente, em termos de vinho e perfume dizer o ditado: “A galinha do vizinho é sempre a mais gorda”.
Dentro deste contexto, outro provérbio popular bem conhecido do público é o que diz: "Santo de casa não faz milagre". Acredito que todos nós, em algum momento já passamos ou tivemos conhecimento de situações que refletem com exatidão este ditado.
Lembramos que a frase “santo de casa não faz milagre” é popular, tradicional, atual, ela tem origem em uma passagem bíblica no evangelho de Marcos, capítulo 6, versículos 4 e 5 onde Jesus expressa: “Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa. Não se pode fazer ali milagre algum.”
Jesus foi o primeiro a vivenciar tal desprezo. Em sua própria terra, na cidade de sua família, Nazaré, Ele não passou do filho do carpinteiro. Era rejeitado por quem o viu crescer, diziam com desprezo: “Não é ele o carpinteiro?”, foi preciso sair de lá para ser recebido em Jerusalém no famoso “domingo de ramos”.
Jesus, pregando na Sinagoga de Nazaré, sentiu fortemente o descrédito dos seus conterrâneos, dos seus amigos de infância, dos seus parentes.
Isso que Jesus falou " um profeta só é desprezado na sua pátria" não foi uma foi uma afirmação ou uma reclamação. Foi uma lamentação. Não é que tem que ser assim. Infelizmente, é assim que acontece.
Certamente todos nós já vivemos uma vez na vida pelo que Jesus passou. Situações onde não tivemos o menor incentivo, onde sequer tivemos o menor apoio das pessoas próximas a nós. Por exemplo, de sermos elogiados pelo vizinho pela nossa conduta e criticados por alguém da própria família. Ou sermos bem referidos em outras empresas e poucos valorizados na nossa.
Tal situação me fez lembrar uma tese expressada e defendida pelo sociólogo francês Pierre Bourdie: “Os circuitos de consagração social serão tanto mais eficazes quanto maior a distância social do objeto consagrado”. Em outras palavras, você será reconhecido por seu esforço pelas pessoas que não convivem com você. Não espere aplausos, incentivo, elogios de familiares, esses gestos poderão sim ocorrer, mas é muito provável que ocorram de pessoas que não estão ao seu redor.
Vamos tirar o foco do nosso umbigo e pensar nas pessoas da nossa família... Pai, mãe, filho, filha, esposo, esposa, irmão, irmã, tio, tia, primo, prima, sobrinho, sobrinha, avô, avó... Aquela pessoa que os outros falam tão bem, mas que nós nunca nos demos o trabalho de parar um pouco para pensar que ela pode ser a ajuda que Deus colocou do nosso lado, e que nós teimamos em não querer enxergar.
É fácil olhar para seu cônjuge e achar defeitos, ninguém é perfeito e certamente sua visão está cheia de projeções, assim como é fácil olhar para uma pessoa na rua, com quem tivemos pouco convívio, e ver apenas coisas boas porque foram gentis conosco.
Todo tipo de projeção é perigosa, embora seja inevitável e que é por isso que preferimos ouvir pessoas de fora, nas quais ainda não projetamos nossos defeitos do que as pessoas “de casa”, sobre quem já formamos uma opinião, seja ela equivocada ou não. É como as “travas” colocadas nos olhos de cavalos, evitam que vejam o que inevitavelmente está ao seu redor, apenas para manter-lhes calmos.
Reforço que todos são e/ou foram “santos da casa de alguém”, têm famílias, amigos próximos, colegas de profissão e talvez, quando eram “simples mortais” também foram desacreditados, criticados, ignorados, justamente por aqueles que poderiam ter sido os primeiros a reconhecer seus talentos.
Nas empresas não é diferente. É muito comum que os empregados de qualquer empresa digam que: “Na empresa não somos valorizados”, ou que “Aqui nossas ideias não são ouvidas” e até mesmo “Só valorizam em nossa empresa o que é feito por gente que é de fora. Claro que há situações em que as empresas precisam de um choque de novidades e nesse caso vale a pena trazer alguém de fora, mas muitas vezes os consultores externos são contratados apenas para fazer um compilado de sugestões dos próprios funcionários, apresentando no final o que todos já sabiam. Não se pode generalizar evidentemente, mas com certeza isso acontece.
Imaginemos aconselhar alguém que tanto amamos, e nosso conselho entrar por um ouvido e sair pelo outro, sem a menor autoridade e expressão no que fora dito por nós, aí, alguém de fora, de grande status, de grande nome, com autoridade, diz a mesmíssima coisa, com algumas palavras diferentes e os olhos da pessoa que amamos brilham, e agora tudo faz sentido, o conselho é acatado e agarrado com unhas e dentes.
Bem, infelizmente só damos valor as pessoas quando perdemos. Às vezes, as estão diante dos nossos olhos o tempo todo mas só quando estão fora do nosso alcance é que percebemos o quanto são importantes para nós.
Muitos procuram acumular durante a vida bens materiais, que no momento da partida ficam para trás, sendo que essas pessoas nada levam, e no final desperdiçaram toda a sua vida, pois não souberam identificar o verdadeiro tesouro que está ao alcance de todos. Por isso devemos valorizar aqueles que nos valorizam. Quando reconhecemos o amor e o apoio que recebemos de pessoas especiais, fortalecemos os laços que nos unem.
Devemos continuar caminhando ao lado daqueles que realmente valem a pena e nos acrescentam algo na nossa vida. Principalmente quem nos enxerga e escuta. A vida é preciosa demais para desperdiçar com quem não merece seu amor e atenção. Não percamos tempo e energia com aqueles que não reconhecem a nossa essência, não nos tratam com o devido respeito e não reconhece nosso valor
Devemos nos cercar daqueles que nos enxergam, nos apoiam e nos fazem crescer. Por isso, é bastante importante nos cercarmos de pessoas amigas e que torcem para as nossas conquistas na vida e que estão do nosso lado, não pelo que temos, mas pelo que somos. Guarde-os como se fossem o maior tesouro que temos na vida, pois são verdadeiramente preciosos.
Um amigo verdadeiro é aquele que fica ao nosso lado nas tempestades, quer compartilhar conosco o que tem de melhor, se preocupa com o seu bem-estar e não aquele que apenas se lembra de você quando precisa de algo.
Enfim, se sabemos que temos uma grande companheira ou companheiro ao nosso lado, façamos de tudo para manter esta pessoa perto, pois esta qualidade é rara e merece ter todo o nosso valor e não caiamos na tentação de dizer que santo de casa não faz milagres.
Não tenha dúvida, se você olhar melhor ao seu redor, verá que há quem se preocupe verdadeiramente com você, e para quem você é importante. Essas são as pessoas que valem a pena manter por perto. As outras é melhor esquecer.
Como explicou Pablo Neruda: A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos”.