27/10/2023

QUE A PAZ REINE NO MUNDO

Anualmente, milhões de turistas de todos os cantos do mundo visitam a “Terra Santa”.  Região do Oriente Médio formada por três países: Israel, Jordânia e Palestina. Ela também é considerada solo sagrado, para as três grandes religiões monoteístas da atualidade: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo. As três compartilham suas origens a partir da história de Abraão, o patriarca bíblico. Para os cristãos, a Terra Santa, ou Galileia, é o local do nascimento, pregação, crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. Para os judeus ela é a Terra Prometida, onde estão suas cidades mais sagradas. Para os muçulmanos, o local também tem muito significado e é citada diversas vezes no Corão.

Muitos ainda acham que a Terra Santa, é um destino apreciado somente por peregrinos, mas quem já teve a oportunidade de ter pisado onde o Senhor Jesus pisou, se entregou e ressuscitou, descobriu o que essa incrível jornada espiritual, histórica, cultural e gastronômica pode nos oferecer.

Infelizmente nem tudo são flores. Uma região considerada “Santa ou Prometida”, gerações e gerações sofrem com conflitos entre os israelenses e os palestinos que já destruiu muitas vidas e já pendura mais de 70 anos.

A região é complexa, principalmente, em termos políticos, haja vista que essa área se caracteriza por inúmeros conflitos há décadas. Não é à toa que se diz ser a região um “barril de pólvora”.

Para entender plenamente a natureza desse conflito, se faz necessário caminhar pelos eventos históricos e os fatores que moldaram, ao longo do tempo, os povos israelenses e palestinos a entrarem em conflito até os dias atuais.

O surgimento dos povos israelenses e palestinos,   está ligado à história de Abraão, que recebeu de Deus, segundo os textos religiosos, a missão de migrar para a “terra prometida”, em Canaã, antiga terra dos cananeus, depois chamada de Palestina, onde hoje se localiza o Estado de Israel. A promessa de Deus a Abraão deu origem à crença de que a terra da Palestina era a herança legítima do povo judeu, uma crença que foi mantida e fortalecida ao longo dos séculos. No entanto, a região não estava desocupada,  povos árabes e palestinos já viviam lá.

Na Bíblia, Abraão teve ao todo oito filhos. O único filho que teve com sua esposa Sara foi Isaac. Filho prometido que herdaria as promessas feitas por Deus a Abraão (Gênesis 21:1-3). Sua primeira concubina foi com a egípcia chamada Agar que lhe deu o filho chamado Ismael (Gênesis 16:1-6).  Abraão ainda teve seis com sua concubina Cetura (Gênesis 25:1-6).

Quando Isaac cresceu e foi desmamado, Abraão deu uma grande festa. Durante a festa, Sara viu Ismael escarnecia de seu filho Isaac, ela ficou muito zangada e persuadiu Abraão a expulsar Agar e Ismael de sua morada, fazendo com que mãe e filho partissem para o deserto. Isto causou uma contenda entre Ismael e Isaque.  Abraão ficou preocupado por seu filho, mas Deus lhe disse que protegeria Ismael.  Ismael cresceu e ficou vivendo no deserto. Ele se tornou flecheiro e se casou com uma egípcia (Gênesis 21:20-21) com quem teve doze filhos, que seriam as doze tribos ismaelitas, que deram origem aos árabes.

A descendência de Isaac se tornou Israel, o povo prometido de Deus, que ocupou as terras de Canaã. Enquanto a descendência de Ismael, tornou-se os ismaelitas, povo que vivia no Egito e que teve diversos encontros com o povo israelita através da Bíblia. Assim sendo, podemos dizer que os judeus são descendentes de Isaac, filho de Abraão. Os árabes são descendentes de Ismael, também filho de Abraão.

Saindo dos fatos históricos, relatados na Bíblia, podemos dizer que o conflito entre israelenses e palestinos, tem suas raízes no final século XIX, surgimento do movimento sionista, com o início da chegada à Palestina de judeus que fugiam de perseguições religiosas na Rússia e na Europa central. Essa região era reivindicada pelos judeus por ter sido deles até a sua expulsão pelo Império Romano, no século III d.C., dando início à Diáspora Judaica, a dispersão de judeus pelo mundo.

A partir do século XIII, o antissemitismo passou a crescer na Europa, junto com as superstições da época, levando muitos vilarejos a considerarem os judeus como culpados pelas muitas das epidemias e desastres naturais da época. Esse fenômeno medieval, foi amplamente descrito no livro Bode Expiatório, do sociólogo francês René Girard. Muitas vilas realizavam linchamentos públicos contra as comunidades judias, exilando-os de seu convívio.

A palavra antissemitismo refere-se a aversão preconceituosa e xenofóbica, criada por certos setores da sociedade contra povos de origem judaica, que são povos da linhagem étnica semita. Na contemporaneidade, os semitas são judeus e árabes. Na Antiguidade, esses povos eram fenícios, hebreus (judeus), babilônicos, arameus, assírios e outros que, no terceiro milênio antes de Cristo, deslocaram-se da Península Arábica para a Mesopotâmia.

No século XIX, o antissemitismo era comum em nações europeias, em especial na Alemanha. Fundou-se então uma ideologia antissemita, que colocava no crescimento econômico judeu, a responsabilidade pela fome e pelas crises alemãs, o que serviu mais tarde para que Hitler perseguisse, prendesse e matasse milhões de judeus, sob a justificativa de uma higienização étnica que livraria a Alemanha de suas mazelas.

Não havia uma base em fatos ou lógica. Hitler e os nazistas tinham como alvo os judeus para perseguição e aniquilação, pois eram antissemitas raivosos que odiavam os judeus. Considerados pelos nazistas como o 'inimigo mundial', a serem procurados ativamente onde quer que vivessem e mortos sem exceções, em um processo abrangente de extermínio que deveria continuar até não havia mais judeus em nenhum lugar do mundo.

Os nazistas fizeram duas alegações falsas principais em sua propaganda inicial: primeiro, que os judeus alemães haviam traído a Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial e eram responsáveis por sua derrota; e, segundo, que os judeus foram responsáveis pela miséria econômica da Alemanha durante a depressão do final dos anos 1920 e início dos anos 1930. Isso ainda vinculado a uma mentira maior sobre uma conspiração judaica global.

Os judeus foram transformados no bode expiatório e culpados de todos os males pelos quais atravessava a Alemanha, fazendo com que sua eliminação se tornasse um imperativo de Estado. Por exemplo, se você fosse um agricultor com dificuldades para lidar com o súbito crescimento das cidades e com a realidade das ferrovias que agora cortavam suas terras, os judeus eram culpados por isso. Esses argumentos apoiavam-se, é claro, em preconceitos.

Há de ressaltar que financeiramente, quase um terço do esforço de guerra alemão foi pago com dinheiro roubado dos judeus. As autoridades nazistas apreendiam e vendiam a propriedade de judeus que fugiam ou era enviados para os campos da morte.

Importante ressaltar que na Alemanha, em 1543, Martinho Lutero escreveu sobre os judeus, dizia Lutero, “os judeus nada mais são do que ladrões e usurpadores que diariamente não comem bocado e não usam peça de roupa que não tenham furtado e subtraído de nós por meio de sua maldita usura”. Mas o Iluminismo trouxe uma mudança na sorte dos judeus europeus. Christian Wilhelm von Dohm, um historiador alemão, escreveu em 1781 em favor da emancipação dos judeus e destacou que “Tudo aquilo cuja culpa atribuímos aos judeus é causado pelas condições políticas sob as quais eles vivem agora”.

O ódio de Hitler aos judeus, fruto da profícua imaginação de um homem, resultou na morte de seis milhões de judeus brutalmente assassinados pelos nazistas em campos de concentração e extermínio.

Todavia, no século XIX reascendeu o movimento judeu denominado sionismo. O termo sionista deriva da palavra bíblica sion, que designa “Jerusalém” (cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos). Justificados pela expulsão de territórios e diásporas vividas pelos judeus desde a Antiguidade, os sionistas pretendiam reocupar o território da Palestina, sua terra natal, a fim de construir um Estado-nação que abrigasse novamente essa etnia dispersa pelo mundo. Após a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, aumentou a pressão pelo estabelecimento de um Estado judeu.

Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o plano de criação do Estado de Israel, que só foi oficializada no ano seguinte, dividindo a Palestina em dois estados, um árabe e um judaico. Jerusalém permanece sob controle internacional. A Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, permanece com a Jordânia e a Faixa de Gaza com o Egito. Após a fundação de Israel, em 14 de maio de 1948, a tensão deixou de ser local para se tornar uma questão regional. Infelizmente, o Estado da Palestina não foi criado. No dia seguinte, a fundação do Estado de Israel, as nações árabes, composta por Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque, não aceitando a criação de Israel, invadiram o território palestino recém-criado, dando início à Guerra árabe-israelense de 1948. A guerra foi desastrosa para os palestinos, uma vez que Israel possuía forças armadas organizadas. Essa oposição Árabe fez culminar uma série de conflitos que se estende até os dias de hoje.

A criação do Estado de Israel em 1948, marcou um ponto crucial no conflito. A busca dos judeus por um Estado independente, após o Holocausto e a perseguição histórica desencadearam uma série de tensões e hostilidades com os palestinos, que se sentiram prejudicados e deslocados por essa política.

A ONU estabeleceu o seguinte: Israel seria formado por 53,5% das terras; Palestina seria formada por 45,4% das terras; O restante corresponderia a Jerusalém, sob controle internacional. Havia nessa divisão uma grande contradição, pois os judeus, que correspondiam a 30% da população, ficariam com uma parcela maior do território.  Os palestinos, por sua vez, correspondiam a 70% da população e ficariam com uma parcela menor.

Proporcionalmente, o povo judeu é em conjunto, muito mais rico do que os demais grupos religiosos existentes. Infelizmente, por conta de seu resultado financeiro e criarem riqueza por onde passam. o povo judeu é até hoje vítima de preconceito, intolerância, inveja e associado a uma série de estereótipos.

Os judeus têm o comércio e a prestação de serviços como algo muito presente em suas tradições. Historicamente os judeus ao longo dos séculos foram proibidos por vários reinos de serem donos de terra. O que fez com que eles tivessem que literalmente aprender a empreender para sobreviverem. Dessa maneira, enquanto muitas pessoas tem vergonha de prestar serviços, e mais ainda de vender produtos, os judeus dominam há séculos as habilidades que envolvem o comércio. A sua subsistência era retirada do comércio, o que os permitiu acumular dinheiro ao longo do período medieval, sendo que a prática da usura (obtenção de lucro por meio do empréstimo), condenada pela Igreja Católica até o século XVII, era comum entre eles. Também foram os judeus, os fundadores dos primeiros bancos.

No Brasil temos como exemplo de empreendedorismo dos judeus, o apresentador de TV Senor Abravanel, mais conhecido como Silvio Santos. Silvio Santos começou a vida profissional vendendo canetas na rua. E ele amava se comunicar e vender. Era tão bom nisso que passou a ser vendedor ambulante de vários produtos. Com a experiência de venda popular nas ruas, foi trabalhar como comunicador. Se empenhou tanto, que se tornou o maior comunicador da TV brasileira. Sílvio Santos é judeu!

Não podemos esquecer deixar de ressaltar o desenvolvimento da agricultura em Israel, mesmo diante de limitados recursos naturais, possibilitou a autossuficiência na produção de alimentos e a liderança na exportação de produtos cítricos. Além disso, o país se destaca por suas tecnologias de ponta, como a dessalinização e o controle eficiente do uso da água.

A nação judaica corresponde a menos de 1% da população mundial. São apenas 14 milhões de judeus no mundo inteiro e cerca de metade vivendo fora de Israel.

A busca pela paz na Terra Santa,  é uma tarefa complexa e extremamente delicada, devido ao valor político, econômico e simbólico do território tanto para os Israelitas como Palestinos. Na realidade, três fatos importantes contribuíram para que essa região se tornasse palco de inúmeros conflitos, a saber: as duas grandes Guerras Mundiais, a criação e a efetivação do Estado de Israel e a descoberta de grandes Jazidas Petrolíferas.

A presença de grupos radicais islâmicos, como o Hamas, o Hezbollah e o Estado Islâmico, também desempenhou um papel importante na escalada da violência e na perpetuação do conflito, tornando-o ainda mais difícil de resolver.

A demora na criação de um Estado palestino independente, a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e o bloqueio de Israel a Gaza, condenada pelo Tribunal Internacional de Haia, complicam o andamento de um processo de paz. À medida que os eventos se desenrolam, é fundamental lembrar que por trás dos números e das manchetes estão vidas humanas, famílias e comunidades inteiras em sofrimento.

O sionismo, embora tenha alcançado seu objetivo de criar um Estado Judeu, também deixou um legado de hostilidades e disputas territoriais.

O historiador pioneiro do Holocausto, Raul Hilberg, argumentou que o ódio contra os judeus evoluiu através dos tempos, mas com notáveis continuidades em métodos e objetivos: “os missionários do Cristianismo disseram efetivamente: ‘Vocês não têm o direito de viver entre nós como judeus’. Os governantes seculares que se seguiram proclamaram: Vocês não têm o direito de viver entre nós. Os nazistas alemães por fim decretaram: Vocês não têm o direito de viver”.

No Salmos 122, o Salmista Davi descreve o seu amor por Jerusalém, a Cidade Santa, declara: “Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam.  Haja paz dentro de teus muros; e prosperidade, dentro dos teus palácios.  Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz em ti.  Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem”. Foi durante seu reinado que ela foi escolhida como a cidade que levaria o nome do nosso Deus.

27/09/2023

Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar

No início da década de 70, a Rede Globo de Televisão exibiu durante várias semanas (sempre nas sextas-feiras) uma série documental com o título “O Mundo em Guerra” (The World at War). Um dos históricos mais completos que tive a oportunidade de assistir, sobre o conflito mais sangrento do século XX, que foi a Segunda Guerra Mundial. As minúcias da guerra são vasculhas sob todos os pontos de vistas possíveis – a luta dos anônimos pela sobrevivência, as experiências dramáticas dos soldados, os bastidores políticos, as estratégias militares, tudo esclarecido em detalhes. Foi baseada em similar britânico, mas teve de ser adaptada ao público brasileiro. Dissecou as entranhas da Segunda Guerra Mundial pela primeira vez na televisão nacional. É memorável o capítulo que trata da participação brasileira. Mostrava detalhes, como fora o Brasil e seus pracinhas da FEB no maior confronto armado da História.

Se analisarmos os principais responsáveis por esse conflito militar global, que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo, isto é, a Alemanha e Itália, podemos nos questionar como tiranos como Adolf Hitler e Benito Mussolini chegaram ao poder e conseguiram implementar seus ideais, ou melhor, orquestraram um dos maiores genocídios da história da humanidade.  Como subiram ao poder em países democráticos?

Bem, primeiramente é importante destacar que no século XX, vários países sofreram ditaduras militares devido à fragilidade de suas instituições democráticas. E outro ponto a se lembrar, que nem sempre as ditaduras se dão por golpe militar, podem surgir por golpe de estado político. Exemplo de movimento desta ordem, se deu quando ocorreu a ditadura fascista, imposta por Adolf Hitler na Alemanha nazista e a ditadura fascista de Mussolini, na Itália.

Mas, por que a Alemanha, o país com um dos melhores sistemas de educação pública e a maior concentração de doutores do mundo na época, sucumbiu a um charlatão nazista?

Na verdade, a ascensão de Hitler ao comando supremo do III Reich, ocorreu ao longo de várias décadas. A ascensão se desencadeou a partir das próprias estruturas de governo. Foram aproveitadas as debilidades de um sistema falho e entraram partidos cujas ideologias não eram democráticas. Portanto, uma vez instalados no poder, lá permaneceram e se impuseram à vontade popular, suprimindo os demais partidos e oposições, portanto, a democracia.

Ressaltamos que nos regimes totalitários, verificamos a existência de um só partido político e uma ideologia claramente definida.  O governo se utiliza de meios de intimidação para controlar a população como a polícia política, a censura e a delação. A propaganda política também é largamente utilizada para promover os ideais do regime. Os regimes totalitários surgiram na Europa, por conta da crise econômica e política que ocorreu após a Primeira Guerra Mundial. Nesta época, surgiram correntes políticas que defendiam o uso da força, a eliminação dos partidos políticos e do parlamento como um caminho para tirar os países da crise econômica e política. Os regimes políticos totalitários apareceram naquele cenário caótico como possíveis soluções para os problemas da população, tais como: alta inflação, miséria, fome, desemprego e falta de assistência básica à população. Por isso, ganharam apoio popular.

Adolf Hitler, surgiu como uma esperança de recuperação numa Alemanha arrasada e humilhada, e que vivia numa profunda crise política, social e econômica, e o altíssimo desemprego era fonte de empobrecimento entre o povo.

O descontentamento social com o regime democrático ineficaz, o apoio do povo alemão aos partidos nacionalistas e o temor de uma revolução socialista, levaram a alta burguesia alemã, empresários e o clero a apoiarem a extrema-direita do espectro político, optando por extremistas de partidos como o Partido Nazista.

Embora o Nazismo partilhasse algumas características do Fascismo italiano, o regime nazista era mais radical e violento que o fascista. O nazismo, ainda acrescentou no seu programa a superioridade da raça ariana sobre às demais.

Hitler, era uma figura muito popular e tomou ações para que o discurso nazista alcançasse diferentes camadas da sociedade alemã. Um excelente orador, e se que cercava de pessoas que, como ele, não tinham medo de usar a violência para cumprir seus objetivos políticos. Com uma linguagem simples e direta, gestos dramáticos, emotivos e uma fala sedutora, tornaram a sua mensagem facilmente compreendida pelas massas. Prometia trabalho e melhores condições de vida. O resultado disso, foi que o nazismo ganhou força politicamente e começou a obter resultados expressivos nas eleições alemãs.

Apesar das eleições de julho de 1932, os nazistas terem se tornado o maior partido no Reichstag, não conseguiu uma maioria parlamentar. Todavia, em 1933, carregando ideais racistas, totalitaristas, nacionalistas, unipartidários e anticapitalistas, Hitler chegou ao cargo de chanceler.  Com a morte do presidente alemão Paul von Hindenburg (1934), Adolf Hitler assume os poderes da presidência. Importante ressaltar que o exército faz um juramento de lealdade pessoal a Hitler.

Uma análise mais objetiva mostra que, justamente quando era mais necessário, defender a democracia, os alemães caíram na tentação fácil de um demagogo patético, que fornecia uma falsa sensação de segurança e muito poucas propostas concretas de como lidar com os problemas da Alemanha, em 1932.

Voltamos a pergunta, por que tantos alemães instruídos votaram em um patético bufão que levou o país ao abismo?

Os alemães tinham perdido a fé no sistema político da época. A jovem democracia não trouxera os benefícios que muitos esperavam. Muitos dos eleitores de Hitler, ficaram incomodados com seu radicalismo, mas os partidos estabelecidos não pareciam oferecer boas alternativas. Muitos alemães sentiram que seu país sofria com uma crise moral, e Hitler prometeu uma restauração. Pessoas religiosas, sobretudo, ficaram horrorizadas com a arte moderna e os costumes culturais progressistas que surgiram por volta de 1920, época em que as mulheres se tornavam cada vez mais independentes, e a comunidade LGBT em Berlim começava a ganhar visibilidade.

Com relação a violência, Hitler argumentava que poderia ser resolvido, aplicando a pena de morte com mais frequência e aumentando as sentenças de prisão. Problemas econômicos, segundo ele, eram causados por atores externos e conspiradores comunistas. Os judeus - que representavam menos de 1% da população total - eram o bode expiatório favorito.

O regime se vangloriava de sua nova abordagem contra criminosos reincidentes, alcoólatras crônicos, criminosos sexuais, desempregados e mendigos. Hitler, prometeu “limpar as ruas”, e a maioria das pessoas aprovou a medida. Algumas acreditavam de fato no Hitler e no nazismo. Outras queriam proteger seu país e lutar como nacionalistas e patriotas. E provavelmente a maioria lutou para manter distantes os russos e os comunistas, que eram amplamente temidos e odiados no país. Muitos alemães que não apoiavam o regime preferiam ficar calados, para evitar problemas com os nazistas.

Tudo foi embalado em slogans fáceis de lembrar: "Alemanha acima de tudo", "Um povo, uma nação, um líder” e “Renascimento da Alemanha".

Quanto a Benito Mussolini, começou sua carreira política na militância de um núcleo socialista italiano, mas acabou sendo expulso do movimento socialista,  quando publicou um artigo em 1914 defendendo a participação da Itália na Primeira Guerra Mundial. Os socialistas italianos da época eram rigorosamente contrários à participação do país na guerra. Foi fundador do Partido Fascista (Fasci Italiani di Combattimento, em português Grupo de Combate) em 1919, que era uma organização paramilitar de cunho nacionalista e antiliberal.

Seu discurso nacionalista (grande orador) arregimentava membros e simpatizantes nacionalistas, militares e o proletariado dos grandes centros urbanos. Acreditava que a violência era um poderoso instrumento, para provocar mudanças na sociedade. O lema de Mussolini era "Crer, obedecer e combater".

O uso da violência contra os socialistas, recebeu forte apoio de diversas camadas da sociedade italiana. O objetivo era intimidar e enfraquecer o socialismo enquanto movimento social e político. A violência do fascismo italiano estava muito ligada com um forte militarismo e uniformização de seus partidários a partir de milícias conhecidas como camisas negras. Mussolini e seus fascistas aproveitaram-se do “perigo vermelho” para, em nome da preservação da ordem e da paz interna na Itália, obter apoio da elite industrial e dos proprietários.

A ascensão de Mussolini na sociedade italiana, foi tamanha que determinados grupos passaram a defender que o Duce (líder) fosse transformado em primeiro-ministro italiano. Mesmo assim, o partido que em 1922 já tinha 700.000 membros, não conseguiu convencer o eleitorado a lhe confiar o poder. Todavia, ainda em outubro 1922, após a ocorrência do evento denominado de “Marcha sobre Roma”, quando 50.000 militantes fascistas desfilaram, Mussolini consegue mostrar o poder do seu Partido Fascista, e o objetivo principal do evento que era pressionar o rei Vitor Emanuel III a empossa-lo como primeiro-ministro. Em 30 de outubro de 1922, Benito Mussolini, era empossado como primeiro-ministro italiano. A nomeação dele ao cargo aconteceu dentro da legalidade constitucional da Itália.

Um dos slogans de Benito Mussolini era "Dio - Patria - Famiglia”. Deus dirige os destinos dos povos. O homem vale pelo trabalho, pelo sacrifício em favor da Família, da Pátria e da Sociedade. Toda superioridade provém de uma só superioridade que existe acima dos homens: a sua comum e sobrenatural finalidade.

Algumas características podem ser mencionadas em relação ao neofascismo, tais como: Patriotismo exagerado que assume posturas xenófobas e violentas;  Desprezo pelos valores da democracia liberal, como as liberdades individuais; Construção de retórica violenta contra supostos “inimigos internos” que contribuem para a “degradação moral” da nação.

Que lições podemos ainda tirar, nos tempos atuais, acerca dessas duas personagem cruéis da história da humanidade? Autoritários, tiranos e despóticos, eles regeram seus países com mãos de ferro e não mediram meios para alcançarem os fins: perseguiram, torturaram, dissolveram partidos e se impuseram através da força. De certo modo, todos os ditadores do século XX contribuíram para o surgimento de novos líderes autoritários. Isso porque os passos de cada um deles serviram de guia e inspiração para outros políticos com aspirações igualmente antidemocráticas. Por isso que, temos que ficar sempre atentos, tanto no campo dos ideais políticos e religiosos de posições extremistas. O extremismo, não está relacionado a um posicionamento ideológico específico, na verdade ele pode existir na direita ou na esquerda. Posicionamentos apaixonados e incoerentes se misturam com discursos inflamados e violentos, carregados de reações extremas e radicais.

As ideologias extremistas foram responsáveis pela maior parte das tragédias humanas dos últimos séculos. Os radicais não têm a democracia como um valor universal, e admitem que regimes autoritários (ou semi-autoritários) são aceitáveis em circunstâncias determinadas.

A democracia está em erosão em todo o mundo, de acordo com o último relatório do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral - IDEA (nov/2022). Dados mostram cada vez mais países a afastar-se da democracia e a caminhar para o autoritarismo. O número de países a nível mundial que avançam na direção do autoritarismo excede o dobro do número de países que avançam numa direção democrática (45% da população mundial vive em uma democracia). O relatório recomenda uma série de ações políticas para impulsionar a renovação democrática global, adotando contratos sociais mais equitativos e sustentáveis, reformando as instituições políticas existentes e fortalecendo as defesas contra a regressão democrática e o autoritarismo.

Toda a sociedade que possui uma democracia madura deveria tolerar a existência de diversos grupos ideológicos, pois é essa diversidade que melhora o nível do debate público e político. As vozes discordantes não podem ser tratadas como inimigas, pois elas fazem parte do diálogo construtivo e equilibram a discussão política. Ao ignorar opiniões contrárias, os indivíduos podem, perigosamente, se aproximar do fanatismo político, aderindo cegamente a uma posição ou sistema político.

O que vemos hoje, infelizmente, são multidões que buscam apenas desconstruir o discurso e a autoridade de seu "inimigo", quando deveriam debater de modo civilizado formas de construir uma nação mais justa, democrática e desenvolvida. É preciso ter autocrítica, nem sempre seguir as multidões é a melhor forma de construir uma democracia.

Lembrando da frase de Nelson Rodrigues, o genial escritor brasileiro que tem as mais contundentes tiradas da crônica brasileira: “Toda a unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”. Nelson Rodrigues tem razão, mas nem sempre. Há casos em que a unanimidade não é burra, ou talvez a unanimidade não seja unânime.

Na verdade, na vida real, a unanimidade só pode existir por dois fatores: Pela concordância cega ou pelo silêncio dos críticos. Onde há concordância cega, predomina a burrice; e, onde há o silêncio, certamente predomina o medo de se fazer oposição.

A unanimidade é tão pouco recomendada que nem mesmo Jesus, na plenitude da sua perfeição, a quis. Se houvesse unanimidade, a sua missão não teria atingido o objetivo. Foi preciso a discordância de um dos seus 12 apóstolos para que, como bem afirmou o Mestre, as escrituras se cumprissem (Lc 22:37 e Mt 26:54).

Ao que pese o exemplo de Jesus, fica evidente que mesmo em se tratando de alguém que absolutamente esteja certo e seja perfeito, a discordância é instrumento de extremo valor.

Como diria o pensador francês Gustave le Bom (1841 " 1931), em sua obra Psicologia das multidões, "na mentalidade coletiva, as aptidões intelectuais dos indivíduos e, consequentemente, suas personalidades se enfraquecem".

24/08/2023

Somos protagonista do Filme de nossas vidas

Em algum momento de nossa vida devemos ter escutado alguém associar a ideia de cultura à erudição ou intelectualidade. Afirmar que alguém “não tem cultura”, geralmente, é o mesmo que dizer que a pessoa é ignorante ou não possui conhecimentos que são considerados de maior refino. Esse é um engano que todos nós já cometemos algum dia.

A cultura, é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade. Uma cultura não pode existir fora de uma sociedade, da mesma maneira, uma sociedade não pode existir sem cultura.

Todos os indivíduos, todos os seres humanos tem cultura, no entanto, cada cultura é diferente da outra, mesmo povos ditos incivilizados tem cultura, pois a cultura não baseia-se somente na linguagem escrita, e, como é herança social é transmitida de geração em geração. Cultura compreende uma série de elementos, como costumes, crenças religiosas, vestimenta, língua, objetos, rituais etc.

Dos quatro pilares nos quais alicerça a cultura humana – Arte, Mística, Filosofia e Ciência, a Arte é, muito provavelmente, a mais antiga a ser regularmente praticada pela Humanidade.

Na Grécia Antiga, surgiu a divisão entre as artes superiores, criadas para serem apreciadas com os olhos e os ouvidos, e as menores relacionadas com o tato. E dessas, seis vêm das que conhecemos hoje como Belas Artes:  Arquitetura, Escultura, Pintura, Música, Literatura e Dança. O Cinema foi considerado como a sétima arte apenas no século XX, por Ricciotto Canudo, teórico e crítico de cinema, que queria distanciar a ideia de que o cinema era um espetáculo de massa, aproximando-o e integrando-o às Belas Artes. Para ele, o cinema é a arte síntese, que concilia todas as outras. Hoje, é um dos mais populares meios de expressão artística no mundo.

O cinema tem papel importante para a transformação da sociedade, pois através dele é possível chamar a atenção para diversas questões e realidades. Os filmes geram impacto nas pessoas, além de emoções e sentimentos. É possível, por meio deles, retratar, demonstrar, e até vivenciar diversas situações e problemas, que possuem relevância para o mundo.

Assistir um filme, é fazer uma grande viagem pelo imenso mundo do imaginário humano. Nas personagens apresentadas nos projetamos e nos sentimos como os heróis ou vilões, dependendo somente de quem você quer ser.

Dentro desse contexto, tenho certeza que todos nós, claro que existem exceções, devemos ter assistido um filme, seja no cinema, televisão ou em alguma plataforma de streaming, que de alguma forma marcou a nossa vida, ou pelo menos consideramos inesquecível. No meu caso esse filme se chama “Papillon”. Assisti esse filme em 1974 (cento e cinquenta minutos de projeção). Filme intenso do começo ao fim, não há momento para desatinar da cadeira.  “Papillon” conta a história real do ladrão de jóias. Interpretado por Henry Charrière (Steve McQueen), apelidado de "Papillon" por causa da tatuagem de borboleta em seu peito, é injustamente condenado pelo assassinato de um cafetão. Em 1933, é condenado à prisão perpétua na temível colónia penal da Guiana Francesa (Île du Diable). Enclausurados e agrilhoados em celas minúsculas, escuras e sobrelotadas como cães miseráveis à mercê da morte, Henry, não se deixa vergar pelo infortúnio do seu fado, imiscuindo-se, desde logo, na venda de um arriscado plano de fuga ao abastado falsificador de dinheiro, Louis Dega (Dustin Hoffman) que há muito tempo perdeu todas às esperanças de ser libertado. É famosa a cena em que Papillon come baratas para sobreviver.  Depois de 11 anos nesse “inferno”, de um alto penhasco, Papillon observa uma pequena enseada,  onde descobre que as ondas são fortes o suficiente para carregar um homem para o mar e para o continente próximo. Papillon pede a Dega para se juntar a ele em outra fuga, e os homens fazem dois flutuadores com cocos ensacados. Enquanto eles estão no lado do penhasco, Dega decide não escapar e implora a Papillon que não o faça. Papillon abraça Dega uma última vez e depois salta do penhasco. Agarrando seu flutuador, ele é levado com sucesso para o mar.

O filme, mostra de maneira crua a crueldade que é vivida nesse lugar, e toda a desumanização, que acaba se tornando um trunfo para o protagonista após anos na solitária. Aflorar o sentimento de que é o instinto de sobrevivência e a vontade de ser livre, que são cativantes. O Papillon não perde a esperança de se ver livre. Um homem que não se deixou vencer. O filme, tem seu pico quando ressalta toda gana humana em busca da liberdade.

Papillon é “borboleta” em francês, e bem simboliza esse homem, real, que por várias vezes tenta sair do casulo que o meteram injustamente, para alçar vôo de volta à França. Sim ela mesma, a mãe da liberdade. De lagarta à borboleta é praticamente uma ressurreição!

Em 2018 tivemos um remake de “Papillon”. Não conseguiu no Brasil alcançar o reconhecimento que teve o primeiro, e isso talvez se deva à época em que foi lançado (no Brasil, o original chegou em 1974, em plena ditadura militar, e fez sucesso devido ao tema abordado).

A arte, por vezes se confunde com a vida, o que nos leva a questão sobre quem imita quem. Seria a arte inspirada pelo nosso cotidiano, ou seria a vida baseada nas influências da arte? Se a arte for um retrato da vida, vivemos então como prisioneiros? Se a vida é reflexo da arte, somos condenados a fugir das cordas impostas pelos autores? E se formos nós esses autores?

Quem algum dia não pensou que a própria vida poderia tornar-se um bom filme? Que “happy end” podemos imaginar para o filme da nossa vida?

Bem, para fazermos um filme de nossa vida precisamos escrever o roteiro. Que tal iniciarmos escrevendo o Livro de nossa vida?

O livro da vida somos nós mesmo que escrevemos dia após dia. As pessoas à nossa volta partilham continuamente às páginas e capítulos do nosso livro. 

O poeta chileno Pablo Neruda certa vez afirmou: “Escrever é fácil. Você começa com letra maiúscula, termina com ponto final e no meio coloca as ideias”. Quem dera, colocar as ideias no papel fosse algo tão simples como parece na citação acima! Porém, o grande desafio da arte da escrita está justamente no recheio.

Em algum momento da vida acumulamos uma mala cheia de histórias que poderiam facilmente ser transformadas em livro.

Nossa história vai sendo escrita durante nossa vida, as decisões que tomamos e tudo o que realizamos vão completando as páginas que estão em branco, todo dia escrevemos uma parte dessa história e somos nós que decidimos que tipo de história de nossa vida vamos contar nesse livro.

Alguns já têm muita coisa para contar aos 25, 30, 40 anos. Outros, consideram-se experientes apenas aos 70. O tempo, não passa da mesma forma para todo mundo, afinal, vivemos vidas diferentes e sentimos de formas únicas. E é justamente isso que torna cada história interessante.

Quando criança, por exemplo, não temos tantas memórias nítidas, então talvez seja preciso reconstruir algo.

Quando voltamos no tempo conseguimos identificar momentos felizes, outras vezes conseguimos identificar relacionamentos imaturos, estresse com discussões familiares ou mesmo ficamos olhando mais para fora, para o outro, do que para nós mesmos.

Todos sabemos o que vivemos e pelo menos os fatos que para nós foram mais importantes ou intensos estão em nossa memória, mas quando paramos para olhar mais de perto e tiramos um tempo, para avaliar os capítulos da nossa própria história, podemos criar um desfecho melhor e mais positivo, desconstruindo e reinterpretando uma cena aqui e ali, alterando o resultado dos capítulos seguintes.

Em certos momentos vivemos numa Comédia, depois passamos por um drama, há quem viva até mesmo um terror, mas em toda boa história tem seus momentos românticos, alegres, e de muita esperança, por isso, nos cabe apenas viver intensamente e deixar que o autor maior Deus, defina quais serão os próximos capítulos.

Devemos sempre ter em mente que o livro que escrevemos não pode ser reescrito, os acontecimentos passados não podem ser mudados. Por isso, não podemos nunca esquecer que plantamos hoje o que vamos colher no futuro, a vida é uma sucessão de consequências de nossas ações, não é como uma lavoura que no plantio já sabemos quando será a colheita, a colheita da vida pode ser imediata ou demorar longos anos, mas é preciso que seja cultivada, assim como as plantas, que precisam de cuidados, devemos cuidar de nossa vida com sabedoria. O futuro ainda não sabemos o enredo, mas sabemos quais são nossos objetivos e devemos lutar para que se realizem.

Deus nos dá uma nova chance todos os dias de escrever a nossa própria história. Cabe a nós, escolhermos o que vamos escrever hoje, e por isso temos que construir cada detalhe com total convicção de que estamos fazendo o nosso melhor, pois amanhã não terá como voltar atrás e fazer diferente. E o que foi escrito por nós hoje, borracha nenhuma será capaz apagar no amanhã.

Porém, chega uma hora em que Deus nos tira o lápis e escreve ''FIM''. Por esse motivo, devemos aproveitar bem hoje, pois cada momento é único, o passado não voltará e o futuro pode não chegar. Não devemos desperdiçar tempo com mágoas, ódios, rancor e brigas. Assim como nos filmes, também temos um tempo limite, assim como os heróis e heroínas dos filmes. Afinal é por isso que gostamos e torcemos por eles.

Será que após escrevermos o livro de nossa vida e transformá-lo em um filme, vamos ter coragem de assistir ou até mesmo projetá-lo para nossos familiares e amigos? Bem, apenas para fazermos uma reflexão.

Porém, não podemos esquecer que o maior leitor da história de nossa Vida é Deus. Ele lê as linhas, mas também conhece as entrelinhas da história da nossa vida. 

“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta” (Chico Xavier).