18/12/2022

O Homem que abalou os alicerces da história humana através de sua própria história

Todos sabemos que o mês de dezembro é um mês doce e cheio de significado para as nossas vidas ou melhor, para toda humanidade cristã, pois comemoramos no dia 25 de dezembro o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca. É momento de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações.

É tempo de refletir sobre o significado de comemorar o nascimento de Jesus, o que Ele significa para o ser humano e que Ele veio para nos salvar dos pecados e nos dá a vida eterna com Deus.

Fazendo um pequeno retrospecto, podemos dizer que a história de Jesus Cristo teve particularidades em toda a sua trajetória: do nascimento à morte. Ele abalou os alicerces da história humana através de sua própria história. Seu viver e seus pensamentos atravessaram gerações, varreram os séculos, embora de nunca tenha procurado status social ou político.

Ele cresceu sem se submeter à cultura clássica do seu tempo. Quando abriu a boca, produziu pensamentos de inconfundível complexidade. Tinha pouco mais de trinta anos, mas perturbou profundamente a inteligência dos homens mais cultos de sua época.

Sua vida sempre foi árida, sem nenhum privilégio econômico ou social. Conheceu intimamente as dores da existência. Contudo, em vez de se preocupar com as suas próprias dores e querer que o mundo gravitasse em torno das suas necessidades, ele se preocupava com as dores e necessidades alheias.

Teve um nascimento indigno, e os animais foram suas primeiras visitas. Provavelmente, até as crianças mais pobres têm um nascimento mais digno do que o dele. Quando tinha dois anos, deveria estar brincando, mas já enfrentava grandes problemas. Era ameaçado de morte por Herodes. Poucas vezes uma criança frágil e inocente foi tão perseguida como ele. Fugiu com seus pais para o Egito, fez longas jornadas desconfortáveis, a pé ou no lombo de animais.

Com apenas 12 anos de idade, os doutores da lei, admirados, sentavam ao seu redor para ouvir sua sabedoria (Lucas 2, 39-44). Seus discípulos ficavam continuamente atônicos com sua inteligência, enquanto seus opositores emudeciam diante do seu conhecimento e faziam “plantão” para ouvir suas palavras (Mateus 22:22). Tornou-se um carpinteiro, tendo de labutar para sobreviver. 

A inteligência do carpinteiro de Nazaré era tão impressionante que ele discursava sobre temas que só seriam abordados pela ciência 19 séculos depois, com o surgimento da psiquiatria e da psicologia. Cristo se adiantou no tempo e discorreu sobre a mais insidiosa das doenças psíquicas, a ansiedade (Mateus 6, 25-34).

Cristo tanto prevenia a ansiedade como discursava sobre o prazer de viver. Dizia: “Olhai os lírios dos campos” (Mateus 6:28). Queria que as pessoas fossem alegres, inteligentes, mas simples. Porém, assim como seus discípulos, nós não sabemos comtemplar os lírios dos campos, ou seja, não sabemos extrair o prazer dos pequenos momentos da vida. A ansiedade estanca esse prazer.

Ao analisar a história de Jesus, fica claro que os invernos existenciais pelos quais ele passava não o destruíam, pelo contrário, geravam nele uma bela primavera existencial, manifesta em sua sabedoria, amabilidade, tranquilidade, tolerância.

Foi incompreendido, rejeitado, zombaram dele, cuspiram em seu rosto. Foi ferido física e psicologicamente. Porém, apesar de tantas misérias e sofrimentos, não desenvolveu uma emoção agressiva e ansiosa; pelo contrário, exalava tranquilidade diante das mais tensas situações e ainda tinha fôlego para discursar sobre o amor no seu mais poético sentido.

Jesus não tinha preconceitos. Falava com as pessoas em qualquer ambiente. Não perdia oportunidade para conduzir o ser humano a se interiorizar. Era de tal forma contra a discriminação que fazia com que os moralistas da sua época tivessem calafrios diante das suas palavras. Teve a coragem de dizer aos fariseus que os corruptos coletores de impostos e as meretrizes os precederiam em seu reino (Mateus 21:31). Os coletores de impostos eram odiados e as prostitutas eram apedrejadas na época. Todavia, o plano transcendental de Cristo arrebata a psicologia humanista. Nele alguém considerou tão dignas pessoas tão indignas. Nunca alguém exaltou tanto pessoas tão desprezadas. Nunca alguém incluiu tanto pessoas tão excluídas.

Quando queria demonstrar que era contra qualquer tipo de discriminação, economizava no discurso e tinha atitudes inesperadas. Se queria demonstrar que era contra a discriminação por razões estéticas ou doenças contagiosas, ia fazer suas refeições na casa de Simão, o leproso. Quando queria demonstrar que era contra a discriminação das mulheres, tinha complacência e gestos amorosos para com elas diante das pessoas mais rígidas. Se era contra a discriminação social, ia jantar na casa de coletores de impostos, que eram a “raça” mais odiada pela cúpula judaica.

Sua delicadeza para incluir e cuidar das pessoas excluídas socialmente representava um belo retrato de sua elevada humildade. Era tão sociável que participava continuamente de festas. Participou da festa em Caná da Galileia, da festa da Páscoa, do tabernáculo e de muitas outras.

A proposta de Cristo do perdão é libertadora. A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo, nos livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. O maior favor que fazemos a um inimigo é odiá-lo ou ficarmos magoados com ele. O ódio e a mágoa cultivam os inimigos dentro de nós.

Cristo viveu a arte do perdão, Perdoou quando rejeitado, quando ofendido, quando incompreendido, quando ferido, quando zombada, quando injustiçado; perdoou até quando estava morrendo na cruz. No ápice da sua dor, disse: “Pai, perdoai-os pois eles não sabem o que fazem...” (Lucas 23:24). Esse procedimento tornou a trajetória de Cristo livre e suave.

A prática do perdão de Cristo era fruto da sua capacidade incontida de amar. Com essa prática, todos tinham contínuas oportunidades de revisar a sua história e crescer diante dos seus erros. O amor de Cristo é singular, ninguém jamais pode explicá-lo.

Cristo se doou e se preocupou ao extremo com a dor do “outro”, mas ninguém se preocupou com a sua dor. Foi ferido e rejeitado sem oferecer motivos para tanto. Era tão dócil, e sofreu tanta violência. Não queria o trono político, mas o trataram como se fosse o mais agressivo dos revolucionários.

Se Cristo vivesse nos dias de hoje, também seria uma ameaça para o governo local? Seria drasticamente rejeitado? Provavelmente, sim. Embora preferisse o anonimato e não fizesse propaganda de si mesmo, não conseguiu se esconder. É impossível esconder alguém que fale o que ele falou e faça o que ele fez.

Mesmo que Cristo não tivesse feito nenhum milagre, os seus gestos e pensamentos foram tão eloquentes e surpreendentes que, ainda assim, ele teria dividido a história... Depois que ele passou por essa sinuosa e turbulenta existência, a humanidade nunca mais foi a mesma. Se o mundo político, social e educacional tivesse vivido minimamente o que Cristo viveu e ensinou, nossas misérias teriam sido extirpadas, e teríamos sido uma espécie mais feliz...

O Natal é simplesmente uma ternura do passado, o valor do presente e a uma esperança do futuro. Que o Natal nos traga a paz e iluminação Divina, e esperança para um ano novo de sementes e frutos de felicidade, paz, amor e saúde. E que os ensinamentos de Nosso Jesus Cristo nos faça derrubar as barreiras criadas por ideologias políticas e que aprendamos a construir pontes de união e fraternidade.

Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

Referência bibliográfica:

Cury, Augusto Jorge, O Mestre dos Mestres. Rio de Janeiro. Editora Sextante, 2006.

9 respostas para “O Homem que abalou os alicerces da história humana através de sua própria história”

  1. Leickton disse:

    Falar da Santissima Trindade é sempre um bem para quem as escuta ou as lêem.
    Belíssima contextualização.
    Parabéns.

    • Washington Soares de Almeida disse:

      Parabéns Viana por mais maravilhoso texto . Sempre é um prazer está lendo seus textos . Um maravilhoso natal e um próspero ano novo para você e toda sua família . Obrigado

  2. José Ozair Pinto Filho disse:

    Excelente.
    Parabéns!

  3. Edvandro disse:

    Parabéns meu nobre irmão e sempre um prazer ler seu blog saúde e paz pra vc você e um dos melhores homens que já conheci…

  4. Fernanda disse:

    👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
    Feliz Natal e um ano novo maravilhoso pra todos 🙏🏻😘

  5. JOÃO WILSON DE LUNA FREIRE disse:

    Que o espírito Natalino nos deixe mais crente no Cristo menino e que reine entre nós o amor!
    Que Deus continue nos abençoando e que tenhamos um porvir de Paz e Esperança!
    FELIZ NATAL E UM 2023 REPLETO DE REALIZAÇÕES!!!
    🌲🌲🌲🤶🎅🎅👏👏👏🎂🎂🎂🍾🍾🍾🥂🥂🥂

  6. Vera Lucia Araújo de Oliveira disse:

    Que linda história triste,o nosso amor maior Jesus Cristo, nasceu ,ensinou e morreu para nos salvar dos nossos pecados. E nessa época natalina, nós ficamos frágeis, sentimentais, querendo compartilhar com nossos familiares e amigos uma data tão importante. Que é o Nascimento do menino Jesus. Um feliz Natal para todos.

  7. Eliezer de Souza disse:

    Meu nobre Viana, parabéns por compreender e expressar com maestria sobre o Cristo de Deus, presente do céu dado a todo aquele que n’Ele crê. Gostei do conteúdo! Feliz natal e, um 2023 cheio de muita paz!

    • Maria Elisa Alencar . disse:

      Ninguém ,nessa ou em outra existência ,foi tão especial.
      Ele é Jesus ,filho do
      Deus .
      O ser mais lindo que já habitou esse planeta. .

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