06/05/2022

Mãe, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba

O mês de maio é recheado de celebrações importantes que chamam as pessoas a refletir sobre diversos temas. As datas comemorativas revestem-se de importância por representarem o esforço de se manter vivo na memória coletiva algum acontecimento ou homenagem com certa relevância social. Nesse nosso artigo vamos lembrar de quatro datas, ou melhor, acontecimentos, com destaque para um deles.

Primeiramente, o dia 1°de maio, que é marcado como o Dia Mundial do Trabalho ou o Dia Nacional e Internacional do Trabalhador. Uma greve da classe operária nos Estados Unidos em 1886, deu início ao que hoje é comemorado o Dia do Trabalho em muitos países.

Segundo acontecimento, a data da abolição da escravatura, que foi o acontecimento histórico mais importante do Brasil, após a Proclamação da Independência, em 1822. No dia 13 de maio de 1888, após seis dias de votações e debates no Congresso, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que decretava a libertação dos escravos no país. Sobre este dia, Machado de Assis escreveu anos depois na coluna “A Semana”, no jornal carioca Gazeta de Notícias: “Verdadeiramente, foi o único dia de delírio público que me lembra ter visto”.

Neste mesmo dia da assinatura da Lei Áurea, os católicos recordam a primeira das aparições de Nossa Senhora aos três Pastorinhos - Jacinta, Francisco e Lúcia - que ocorreu na cidade de Fátima, em Portugal, no ano de 1917. Sendo, portanto, comemorado o dia de Nossa Senhora de Fátima.

Por último, o dia das mães que é uma data comemorativa celebrada, no Brasil, no segundo domingo do mês de maio, em comemoração aos sentimentos e virtudes que o amor materno concorre para despertar e desenvolver no coração humano, contribuindo para seu aperfeiçoamento, no sentido da bondade e da solidariedade humana.

Considera-se que o Dia das Mães surgiu nos Estados Unidos, bem no começo do século XX. Apesar disso, os historiadores enxergam algumas semelhanças entre essa data comemorativa e algumas celebrações realizadas na Antiguidade clássica, isto é, na Grécia e Roma antigas. Não existe uma associação direta, entre a celebração moderna e a realizada na Antiguidade, mas os historiadores pontuam-nas em diálogo para demonstrar que festivais em homenagem à figura materna não são uma exclusividade do mundo contemporâneo. Na Grécia, por exemplo, celebrava-se Reia, a mãe dos deuses. Podemos observar então que, desde tempos muito remotos, as mães são enxergadas como figuras importantes dentro da família e da sociedade.

A norte-americana Anna Maria Jarvis (1864-1948) é considerada a idealizadora do modelo contemporâneo do Dia das Mães. Em 1905, ela perdeu a mãe, que também se chamava Ann Jarvis, e entrou em depressão.

Preocupadas com ela, suas amigas resolveram dar uma festa, para perpetuar a memória da mãe de Anna e, ao mesmo tempo, tentar animá-la. Anna quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, independentes de estarem vivas ou mortas, e em pouco tempo a comemoração se propagou por todo país. Em 1914, a data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson, e passou a ser comemorada no dia 9 de maio. Aos poucos, a homenagem foi se espalhando para outros países.

Sua mãe era reconhecida como uma "grande mãezona" na comunidade onde vivia, no Estado americano da Virgínia Ocidental.  Conhecida por realizar trabalho social, com outras mães, sobretudo no período da Guerra Civil Americana. Participante da Igreja Metodista, dedicou sua vida ao ativismo social.

A popularização dessa data nos Estados Unidos fez com que ela fosse exportada para o Brasil. Os historiadores falam que a primeira celebração do tipo aconteceu aqui em 12 de maio de 1918, quando uma organização cristã realizou essa comemoração em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O Dia das Mães só foi oficializado no Brasil na década de 1930, quando o presidente Getúlio Vargas emitiu o Decreto nº 21.366, em 5 de maio de 1932. Por meio desse documento, determinou-se o segundo domingo de maio, como momento para comemorar os sentimentos e virtudes que o amor materno concorre para despertar e desenvolver no coração humano, contribuindo para seu aperfeiçoamento no sentido da bondade e da solidariedade humana.

Interessante, que a data só se consolidou anos depois, durante o regime militar (1964 a 1985).

Já pensaram o que seria o mundo sem as mães? Um caos total. As mães são essenciais para a sociedade, possuem uma tarefa árdua de ensinar, cuidar e amar. Elas possuem forte influência sobre seus filhos e seu amor é incomparável.

Ser mãe, é gerenciar diariamente crises, ser enfermeira, professora, psicóloga, chefe de cozinha, economista e uma série de outras profissões

Muitos estudiosos afirmam que durante a primeira infância, isto é, até seis anos, o caráter da criança já está moldado em 75%. Por isso, seu modo de amar, de agir, de repreender e falar, têm grande interferência em seus filhos e uma mãe sábia, cria filhos sábios e que são motivo de orgulho para ela e não de vergonha. Como está escrito em Provérbios 22:6: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”.

Ser mãe, é sonhar com o filho antes mesmo dele existir no ventre. Ser mãe, é se desdobrar em cuidados e atenção aos filhos. Ser mãe, é ver o perigo antes mesmo dele existir. Ser mãe, é dormir tarde e acordar cedo para conciliar todas as suas outras atividades. Ser mãe, é amar incondicionalmente. Ser mãe, é amar sem esperar nada em troca.

Ser mãe, é ter seu ventre abençoado por Deus e a incumbência de educar, ensinar, amar, cuidar, zelar e se doar. Educar não apenas oferecendo uma boa escola e atividades extracurriculares. Educar, vai muito além disso, nos leva a refletir no espiritual também, ensinar o Caminho da Verdade. Essa é a responsabilidade das mães, ensinar que os filhos não estarão sozinhos, após a nossa partida, eles sempre terão a companhia de Deus.

Enfim: “Ser mãe é dom de Deus!”. 

Nesse momento não tenho como não falar em Maria, mãe de Jesus. Mulher escolhida soberanamente por Deus pela qual nosso Senhor e Salvador veio ao mundo. Ela também é conhecida como Maria de Nazaré. Pouco se sabe sobre quem foi Maria, e sobre seus pais, especialmente com respeito a detalhes biográficos. Mas a história de Maria, conforme narrada nos Evangelhos, já é suficiente para entendermos a importância dessa mulher.

Ela foi uma mulher bem-aventurada e digna de ser imitada, pelo seu exemplo de humildade, fidelidade e abnegação diante dos planos de Deus. Infelizmente algumas pessoas, que criticam a teologia católica, menosprezam e subestimam completamente a mulher a quem Deus escolheu soberanamente para receber a incalculável honra de dar à luz a Jesus Cristo.

Depois desse passeio na história, sobre a criação do dia das mães e a importância dessa homenagem, quero exaltar três mulheres em minha vida.

Primeiramente minha mãe Ruth que me colocou no mundo pela graças de Deus. Me ensinou o caminho do bem, da gratidão e da justiça. O seu coração é tão grande e generoso quanto a imensidão do universo. Tem uma expressão popular que ela sempre gosta de me dizer: “se a vida te der um limão, faça uma limonada”. Esse frase carrega um sentido muito forte, que podemos utilizar como uma filosofia para superar as adversidades em nossa vida. Enfim, sempre tem uma palavra que acalma e orienta.

A segunda mulher, minha querida Maria José, minha companheira. Uma mãe guerreira sempre disposta a lutar pela felicidade de seus filhos e agora seu neto. Uma mãe fenomenal. Exemplo de força e dedicação.

A terceira mulher, minha filha Nanda. Uma mãe amorosa, carinhosa, atenta. Posso dizer, uma mãe recente mas que desde cedo carrega no coração e traduz em ações o que é ser mãe.

Concluindo, quero celebrar o dia das mães, agradecendo a todas as mães pela dedicação, amor e carinho que dão aos seus filhos diariamente, lembrando de um pequeno trecho da música “Mãe, um pedacinho do céu, composta pela dupla de compositores da Jovem Guarda Ed Wilson e Carlos Colla, gravada originalmente pelo pernambucano Leonardo Sullivan:

“Para mim sou grande.  Mas pra ela pequenino.  Sou adulto mas pra ela sou menino

Quando olha pra mim seus olhos brilham.  Um amor feito de sonho. De alegria e de esperança.

Se estou junto dela sou criança.  O mundo é muito mais bonito.  Sem pecado e sem perigo.

E ninguém no mundo vai gostar de mim.  Como ela gosta.

Se eu estou errado ou certo não importa. Na alegria ou na tristeza ela está sempre comigo.

Na hora do prazer me lembro dela.  Mas na hora da tristeza e da saudade é meu abrigo.

Por mim ela não mede sacrifícios.  Pode parecer difícil que alguém ame desse jeito.

Acontece que ela é a minha mãe.  E mãe é sempre assim.

Mãe, palavra que Deus inventou.  Um anjo que à Terra chegou.  Voando nas asas do amor.

Mãe, palavra mais doce que o mel.  Talvez um pedacinho do céu. Que Deus transformou em mulher”.

20 respostas para “Mãe, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba”

  1. Ney Argolo disse:

    Viana, como sempre, Brilhante !!!

  2. Irani Azevedo Medeiros dos Santos disse:

    Homenagem belíssima para mães.
    Parabéns.
    Agradeço sou mãe.

  3. JOÃO WILSON DE LUNA FREIRE disse:

    ZÉ, como sempre seus textos são exuberantes. Parabéns maís uma vez.
    A melhor definição de Mãe até hoje:
    ” MÃE É TUDO!!!…
    A minha já foi para o primeiro andar há muitos anos,mas a falta e a Saudade é grande demais.
    Por falar em “SAUDADE-E A VONTADE DE VER DE NOVO”!!!

  4. Laercio disse:

    Mais uma data importante no mês de Maio, é o aniversario do Amigo Viana, Portanto nossos Parabéns, tanto pelo texto, como pelo Aniversário, no último dia: 04/05. Feliz dia das Mães.

  5. David Paulino do Nascimento disse:

    Grande Viana, sempre uma leitura de excelente qualidade, obrigado por suas abordagens.

  6. Ivonilde Melo de Lima disse:

    Como sempre vc arrasa nos seus textos e eu aguardo ansiosa para aprender, refletir e agradecer a Deus pela sua inteligência e os assuntos que vc escolhe.
    Como mãe agradeço a parte que me cabe. Você falou bem: ” mãe é um pedacinho do ceu “.sou uma mãe apaixonada pelos meus filhos, falo sempre que são meus tesouros aqui na terra, e agradeço a Deus todos os dias por esse presente.

  7. Heronildes disse:

    Viana sem palavras , seus textos são de uma qualidade e de uma profundidade que só quem tem muito amor no coração é capaz de juntar tantos significados lindos e nos ensinar um pouco a cada texto. Parabéns

  8. Marcilio Coutinho de Luna Freire Neto disse:

    Parabéns por mais essa aula, confesso que não sabia da origem do dia “delas”. Esse é o dia que a saudade das que hoje, estão no plano superior, chega com toda intensidade, fica aqui, meu beijo e respeito a todas “elas!!!

  9. Vera Lucia Araújo de Oliveira disse:

    Todo dia, é dia de aprendizado, támbem não conhecia a história do dia das mães. Era tão bom que todas as mães,tivesse pelo menos um salário mínimo para sobreviver. Porque muitas vezes elas são pais e mães, professores, economista, e muitas vezes são tão maltratadas e exploradas pelos companheiros e filhos. Obrigada pela mensagem e vamos amá-las nossa mães. A minha é especial já tem 92 anos . VIVA NOSSA MÃE MARIA. VIVA TODAS AS MÃES.

  10. Fernanda disse:

    Que lindo, papai 🥲

  11. Maria Elisa Alencar . disse:

    Um texto extremamente agradável de se ler.
    Envolve história,sentimentos, gratidão ,um cozido que dá certo . Como sempre vc atinge a delícia de se ler um texto prazeroso . Parabéns Zeca .

  12. WASHINGTON disse:

    Maravilha de texto . Parabéns pelas homenagens e pelas histórias . Bela homenagem .

  13. GUILHERME disse:

    Excelente reflexão, Viana. O resgate das datas históricas me lembrou dos aniversariantes do mês.

  14. Aparecida Lima disse:

    Gratidão pela homenagem linda as três mulheres mães dados vida , que texto maravilhoso e feliz …sempre enaltecendo as pessoas importantes isto é fantástico seu reconhecimento a elas em vida . Fico emocionada com o seu amor e carinho com suas três referências de mulheres e em especial a nossa Maria Santíssima, mãe de Jesus , ame-as enquanto as tem em vida , porque depois fica só as saudades 😢

  15. Marcus Soares disse:

    Irretocável!

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