
Durante a história da humanidade, várias descobertas e invenções mudaram a vida do ser humano por proporcionarem maior conforto, qualidade de vida e diversão.
Se começarmos antes de Cristo, podemos lembrar do fogo, da roda e da escrita. A partir do século 1 podemos considerar a bússola, importante objeto para as navegações, a eletricidade (1750), o automóvel, pilha elétrica (1800), criação da câmara escura em 1826 (máquina fotográfica), a geladeira (1834), o telefone (1876), lâmpada (1879), o rádio (1895), a televisão em 1927 (forma de televisão que conhecemos hoje), o ar-condicionado (1902), o avião (1903), o computador. Em fevereiro de 1946, o primeiro computador eletrônico da história era apresentado. O ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Computer) tinha cerca de dois metros de altura, pesava 30 toneladas e ocupava 180 metros quadrados. A partir desta invenção, a computação e os aparelhos evoluíram e os modelos se tornam cada vez mais compactos e poderosos que conhecemos nos dias atuais. Bem, vamos incluir também os celulares que passaram englobar a maioria das invenções num único aparelho. Não podemos esquecer da Internet (1960). A lista é grande.
Todavia, lembrando de um ensinamento de Jesus Cristo e dando outro significado, podemos dizer que nem só de descobertas e invenções vive o ser humano. Ele precisa trabalhar porém com condições de trabalho, remuneração e benefícios que garantam segurança e qualidade de vida.
Dentro desse contexto, podemos citar algumas conquistas ocorridas principalmente no século XX, que mudaram a qualidade e condição de vida dos trabalhadores. Podemos citar, por exemplo: licença-maternidade e licença paternidade, férias de 30 dias com acréscimos de 1/3 do salário, 13º salário, descanso semanal remunerado, adicional noturno, horas extras, vale-transporte, condições seguras e saudáveis nos ambientes de trabalho, aposentadoria e outros mais.
Muita gente não sabe, mas a maioria dos direitos trabalhistas brasileiros foram conquistados a partir de muita luta e mobilização dos trabalhadores. Isso significa que muito do que temos hoje é consequência da coragem dos trabalhadores do passado em pleitear condições mais justas – nossos pais, avós e bisavós que foram às ruas, mobilizaram políticos e promoveram manifestações em defesa de mais direitos. Mesmo não sendo vistos de bons olhos por muitos e principalmente por empresários, o movimento sindical no passado foi responsável pela criação de regras que beneficiam milhões de brasileiros no presente.
O filósofo italiano Norberto Bobbio afirmava: “Direitos não são dados, são conquistados”. Assim sendo, temos que ter a consciência que os direitos trabalhistas não são “concessões ou favores dos patrões”, e sim consequência. Sempre haverá muitos empregadores e políticos interessados em retirar direitos para aumentar seus lucros.
O grego Heródoto (484-425 a.C.) conhecido como o "Pai da História" por ter sido o primeiro grego a escrever uma obra objetiva sobre eventos históricos, disse que é preciso pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro. Então voltando ao passado, relembramos que a origem do sindicalismo envolve o contexto de industrialização e consolidação do capitalismo na Europa. Os sindicatos, foram fundamentais para construção e afirmação do direito do trabalho, principalmente a partir da Revolução Industrial, época marcada pelas péssimas condições de vida e de trabalho, as quais a população europeia em sua maioria estava submetida. No decorrer de sua história, o sindicalismo foi impactado por diferentes concepções ideológicas..
A organização sindical no Brasil teve início após a abolição da escravatura, com a chegada dos imigrantes para substituir a mão de obra escrava.
As primeiras associações de resistência surgidas no final do século XIX, foram se transformando em sindicatos nos primeiros anos do século XX, por volta de 1906 e legalizadas por Getúlio Vargas em 1931.
As principais greves operárias ocorridas no Brasil durante a Primeira República tiveram como motivos a luta pelo aumento salarial, melhores condições de trabalho, melhores condições de vida (alimentação, moradia), por uma legislação previdenciária, direitos trabalhistas e sindicais.
No ano de 1907, existiam aproximadamente 150 mil operários. A grande maioria estava distribuída nas indústrias, mas existiam trabalhadores das ferrovias (ferroviários), trabalhadores da construção civil (serventes, pedreiros, carpinteiros), os portuários e outras profissões, como padeiros, sapateiros, trabalhadores dos comércios, entre outros.
A principal paralisação operária nessa época, foi a greve geral de 1917, iniciada em São Paulo, após a morte de um jovem trabalhador pela polícia. A greve se generalizou por todo o país e ocorreram na capital paulista vários conflitos e tiroteios por vários dias. Dessa greve participaram os operários da indústria têxtil e alimentícia, os ferroviários e os gráficos. Os ferroviários não hesitavam em exercitar o poder de paralisar o Brasil, isto já ocorria desde 1906. Praticamente não passou ano sem que se registrasse paralisação em estradas de ferro.
As reivindicações dos trabalhadores nos protestos de 1917 eram, em termos gerais, jornada de oito horas, fim do trabalho de crianças, restrições à contratação de mulheres e adolescentes, segurança no trabalho, aumento salarial, redução do preço dos aluguéis e do custo dos bens de consumo básicos, direito a aposentadoria, etc. As greves no ano 1917 tiveram um papel basilar para o desenvolvimento posterior do movimento operário e das lutas trabalhistas no Brasil.
Voltando as conquistas trabalhista, na minha opinião, a maior conquista que tivemos foi a “aposentadoria”. Vou um pouco mais longe, acredito que dentre os benefícios da previdência social administrados pelo INSS, o mais desejado é a aposentadoria.
Para escrever sobre aposentadoria temos que ir para o início do século passado, quando ainda não existia esse direito no Brasil. Não havia previdência social no país, nem lei que garantisse aposentadorias às pessoas inativas.
Até o começo dos anos vinte do último século, se uma pessoa deixasse de trabalhar, mesmo depois de uma vida de labuta, não tinha direito a um salário de aposentadoria.
Nessa época, o Brasil dependia fortemente das estradas de ferro, permitiu que essa dependência desse força às greves dos ferroviários. Eles conseguiam parar o país. Nos tempo atuais, quem consegue paralisar o Brasil são os caminhoneiros. Na Primeira República esse poder era dos ferroviários.
Uma das reivindicações da categoria nos protestos de 1917 era o direito à Aposentadoria. Como resultado, tivemos à promulgação da Lei Eloy Chaves, em 1923, voltada para os ferroviários do setor privado. A Lei obrigava as companhias ferroviárias do país a criar uma caixa de aposentadorias e pensões (CAP).
Quando apresentou o projeto, Chaves afirmou que objetivava acabar com a áspera luta de classes: “Até agora, os funcionários das ferrovias do país não têm nenhuma garantia para seus dias de velhice e para arrimo de sua família em caso de morte”. Infelizmente até meados da década de 1920, somente os trabalhadores ferroviários e alguns servidores públicos tinham direito a esse benefício. Apesar de ser voltada somente para uma categoria profissional, a lei foi o embrião para o estabelecimento da aposentadoria no país.
O primeiro aposentado no Brasil, após a vigência da Lei Eloy Chaves, foi Bernardo Gonçalves, chefe de Estação da Repartição de Transportes da São Paulo Railway Company, em Piritiba (SP).
Foi na década de 1930 que houve a expansão para outras categorias. Somente em 1966 é que foi criado o então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) que unificava o sistema previdenciário de todas as categorias e empresas.
Temos sempre que comemorar essa conquista. Oficialmente, o Dia Nacional dos Aposentados, é comemorado em 24 de janeiro, foi estabelecido pela Lei n° 6.926, de 1981. É uma data de reconhecimento e valorização. Momento para refletir sobre a valorização, o respeito e a trajetória dessas pessoas.
Graças a Deus, consegui consolidar esse direito no dia 25 de julho de 2017, antes da Reforma da Previdência.
Primeiramente quero lembrar que ninguém dorme trabalhador e acorda aposentado. Pelo contrário. Todo mundo sabe que, mais cedo ou mais tarde, vai passar por isso. Para muitos os primeiros meses de aposentadoria são por vezes sinônimo de uma verdadeira crise existencial. "Pode ser um momento bastante dramático."
Em geral, a aposentadoria é muito desejada, mas pouco planejada. Todo mundo planeja passar no vestibular, se casar, ter filhos, ingressar no mercado de trabalho, etc., mas ninguém se prepara para a aposentadoria. Assim como o jovem pensa que nunca vai envelhecer, o trabalhador acha que nunca vai se aposentar.
Preparar-se financeiramente para quando a aposentadoria, realmente é muito complicado, principalmente para muitos que o dinheiro que ganha não dá nem para sobrevivência. Mas, para aqueles que têm condições financeiras um pouco privilegiada, o ideal é o trabalhador colocar isso como prioridade.
Chegou a hora de se aposentar e será que temos consciência como iremos ocupar nosso tempo nessa nova fase da vida? Para quem tem uma rotina corrida e com muito trabalho, se aposentar é uma grande mudança.
Esse pode ser um bom momento para ficar mais perto da família. Nem sempre temos tempo enquanto estamos trabalhando para estar próximos da família.
Cuidar da sua vida social. Teremos mais tempo de se reaproximar dos amigos e até cultivar as nossas amizades. É hora de fazer novos amigos.
Vai ser ainda mais divertido sair para programas culturais, para comer ou para passear por aí. Até conhecer o mundo. Quando falamos de mundo, pode ser outro país ou as cidades próximas de onde você mora. Não importa se é perto ou longe, mas viajar pode ser uma ótima forma de sair da rotina, aprender coisas novas, conhecer pessoas e mudar de ares.
Quem sabe, ajudar o próximo com trabalho voluntário. Uma ótima maneira de se manter ativo.
Na verdade, essa é uma fase para aproveitar a vida. Seja realizando sonhos, aprendendo novas habilidades, conhecendo pessoas, aprendendo uma nova língua, aprendendo um instrumento musical ou dedicando-se mais ao instrumento que já domina, dedicando-se a leitura, praticando mais exercícios físicos, vivenciando mais a religiosidade, etc.
Não devemos esquecer de cuidar de nós mesmos. Devemos aproveitar o tempo para ter momentos tranquilos e para ter boas noites de sono. Relaxar também faz parte.
Infelizmente, sabemos que muita gente se aposenta de direito mas não de fato, pois não consegue viver da aposentadoria. Para complementar a renda familiar se faz necessário voltar a trabalhar seja como empregado ou como empreendedor. Essas pessoas, infelizmente ainda não conseguem gozar desta tão sonhada conquista.
De qualquer forma, para quem se aposenta e não volta ao mercado de trabalho, aposentar-se pode ser bom ou ruim, isso depende de cada um. O que não devemos é transformar nossa vida num 'grande domingo que nunca acaba.
Finalizo, escrevendo com muita alegria a minha gratidão a Deus, que me permitiu em 25 de julho de 2017 ter conquistado esse direito de aposentar e conseguir viver da melhor forma possível.
Viva os trabalhadores que deram suas vidas pela República Federativa do Brasil e hoje são aposentados.
Realmente temos que agradecer aos nossos trabalhadores ferroviários e demais profissões pelas lutas e conquistas da aposentadoria, licença maternidade e outros benefícios. Pouco ,mas é sustento de muitas famílias. Um mísero salário mínimo.
Bom dia Zeca .
Eu faço parte dessa luta e vitória.
Entendo que para se chegar até aqui,muitos penaram ,sofreram …
Quantas conquistas.
Eu ,uma pessoa que hoje recebo um salário mínimo, me considero rica .
Obrigada a todos que de mãos dadas deram o meu sustento.
á
Excelente reflexão Viana. Aposentei em 04/01/2016, porém tive a felicidade de fazê-lo via PIDV, o que me oportunizou um preparo prévio. Porém, desde a tomada de decisão iniciei o meu preparo para este momento. Eu brincava dizendo que ia me preparar para ser um “João Ninguém” e que seria nesse momento em que só os verdadeiros amigos continuariam comigo, foi bem assim.
Aproveitei o meu tempo e estudei gastronomia, aprendi uma nova língua (italiano) e fiz novas amizades. Sou plenamente feliz na minha aposentadoria pois me preparei para este momento.
Grande abraço!
Uma viagem pela história do trabalho e do trabalhador.
Que reflexão maravilhosa! Há 10 anos me aposentei, mas amo continuar trabalhando, só que agora fazendo minha agenda bem mais flexível com direito a viagens, encontros maisfrequentes com familiares e amigos, aula de canto e curso de filosofia, para por em prática e lapidar o ser humano que sou. Obrigada! compartilhar
Bom dia amigo, excelente reflexão para os mas ajustados a aposentadoria é um prêmio, no meu caso foram duas e bem planejadas, hoje agradeço a todos os que lutaram por esta conquista, hoje tenho tempo para os amigos, viagens e tudo que posso fazer, obrigado amigo por tal reflexão, abraços fraterno