
Na minha infância e adolescência ficava muito feliz quando no dia do meu aniversário recebia um telegrama dos meus avós, me parabenizando. Não estamos falando do aplicativo telegram que é o rival do WhatsApp, mas sim de um antigo meio de comunicação, usado para mandar mensagens por meio de códigos e que podia ser fonado ou impresso. Foi um meio de comunicação muito comum no início em partes do século XIX e do século XX.
O Telégrafo era o aparelho que era utilizado para a comunicação, inventado em 1837 por Samuel Morse. Esse equipamento utilizava a corrente elétrica para transmitir códigos, que correspondiam a letras do alfabeto, e a junção dos códigos formava mensagens. Ele permitiu que informações fossem transmitidas a longas distâncias de maneira rápida e eficiente, revolucionando a comunicação em todo o mundo.
Ao enviar a primeira mensagem à distância, em 1844, Samuel Morse não imaginava que acabaria ficando mundialmente famoso como criador da telegrafia. A primeira mensagem transmitida dizia: "What hath God wrought!" que significa “Que obra Deus fez!”.
O telégrafo chegou ao Brasil durante o Segundo Reinado, especificamente na década de 1850. O imperador d. Pedro II era um entusiasta das novas tecnologias que surgiam no período, e, por seu intermédio, a primeira linha de telégrafo no Brasil foi instalada.
Apesar de sua importância, o telégrafo ficou ultrapassado com a popularização do telefone durante o século XX. Mesmo assim, sua invenção e desenvolvimento foram fundamentais para a criação de outras tecnologias de comunicação que utilizamos atualmente. Lembramos, que mesmo em desuso, ainda é usado no Brasil. Se no século passado o telegrama correspondia a uma espécie de e-mail primitivo e os principais clientes eram as pessoas físicas, agora o grande e rentável filão para esse serviço são as empresas. Bancos e órgãos públicos aparecem no topo dessa lista de usuários. Considerado um documento oficial, o telegrama é usado pelas instituições financeiras, para enviar extratos e comunicações aos correntistas. Além disso, é usado por empresas para informar sobre cobranças extrajudiciais, perícias médicas e convocações para concursos.
A transmissão via internet, que teve início em 2001, impulsionou o tráfego de mensagens no país, dando sobrevida a esse braço dos Correios. A atual transmissão eletrônica é chamada de híbrida: os dados são captados pela web e depois a mensagem é impressa e envelopada por máquinas na agência mais próxima do destinatário, sem a intermediação humana.
Bem, como tudo tem uma última vez, foi exatamente em 21 de janeiro 1987, que recebi o último telegrama. Esse telegrama foi enviado pela Petrobras me convocando para comparecer na Sede Petrobras de Natal afim de submeter-me a exames médicos. Logo em seguida fui admitido.
Tenho certeza, de quem fez o uso desse tipo de mensagem ou, até mesmo, recebeu um telegrama no passado, guarda boas recordações.
Me atrevo a dizer que a invenção do telegrafo foi o pai de todas as redes sociais atualmente existentes em pleno século XXI.
Não é mais possível ignorar a presença das diferentes redes sociais em nossas vidas. A chegada das redes sociais causou transformações comportamentais dentro da sociedade, de forma universal. As redes sociais,possibilitam muitas atividades positivas e facilitam a vida de pessoas e instituições, elas criaram espaços para novos tipos de negócios, novos empregos, novas formas de comunicação.
Atualmente existem diferentes redes sociais, cada uma com um propósito e um público-alvo específico. Mas, como nem tudo que reluz é ouro, as redes sociais têm alguns malefícios, influenciam, e muito, não apenas a rotina e a dinâmica de cada indivíduo, mas de toda a sociedade e, consequentemente, do mundo.
Os perigos das redes sociais são muitos e estão mais próximos do que imaginamos.
A exposição excessiva nas redes sociais é um grande problema. Muitos são os crimes cometidos com ajuda de informações obtidas por aquilo que as próprias vítimas postam em seus perfis.
As redes sociais foram responsáveis pela criação do ‘cyberbulling’(ou bullying virtual/cibernético), que se caracteriza pela intimidação e/ou assédio por meio da internet em diversos sentidos. O bullying já é algo conhecido, em especial entre crianças e adolescentes. É aquela zombaria de colegas, comentários maldosos sobre a aparência da pessoa, apelidos inventados para constranger. Quando o bullying, passa para a esfera virtual, ele é chamado de cyberbullying e pode ser bem mais agressivo.
Outro perigo é o que chamam de “Roubo de identidade”. Quando alguém rouba seus dados e se faz passar por você, utilizando suas informações, seja identificação pessoal, cartão de crédito ou qualquer outro dado sem sua permissão, chamamos de roubo de identidade ou violação de identidade. Alguns tipos de golpes prometem dinheiro fácil, liberdade financeira e outros atrativos que chamam a atenção.
Campanhas de ódio, assédios, exposição da intimidade alheia e até tentativa de homicídio usando a internet como meio de aproximação são riscos enfrentados com frequência cada vez maior pelos internautas.
A infância e a adolescência são fases de crescimento e desenvolvimento, mas que escondem muitos perigos. Por trazerem conteúdos perigosos e possibilitar a prática do grooming, as redes sociais podem oferecer riscos, em particular às crianças e adolescentes. O grooming é a prática de adultos que se aproximam de menores de idades, muitas vezes usando de perfis falsos nas redes sociais, com o intuito de corrompê-los e abusar deles sexualmente.
Atualmente podemos afirmar que as redes sociais têm um impacto muito grande nas crianças e adolescentes quando falamos de relacionamento e interações sociais. Existe uma geração que está sendo moldada pelas redes sociais. Ou seja, que vive nas redes como se fosse sua vida real, por vezes, ignorando a sociedade fora do mundo online.
O uso das redes sociais por crianças é uma questão delicada, pois é importante que elas sejam protegidas dos perigos da internet. Além disso, é preciso estar atento ao conteúdo que as crianças têm acesso na internet e monitorar suas atividades nas redes sociais.
Todavia não podemos esquecer das benécias das redes sociais. Desde adolescentes que usam a internet para pesquisar trabalhos escolares até crianças que se envolvem em atividades educativas e lúdicas nas redes sociais, a influência das redes sociais na educação tem se mostrado cada vez mais presente. Embora a influência das redes sociais na educação possa trazer muitos benefícios para os estudantes, é importante que haja um equilíbrio entre as vantagens e desafios apresentados, para que os usuários possam usufruir dos benefícios das redes sociais na educação
As redes sociais rompem barreiras geográficas, nos colocam em contato com pessoas queridas e proporcionam conteúdos para todos os gostos, tais como: informativos, educativos e de entretenimento. Porém, há também um lado negativo na relação entre redes sociais e saúde mental.
Estamos formando uma geração de pessoas que podem ter um impacto negativo muito grande em sua saúde mental por conta das redes sociais.
Isso vai desde ansiedade, depressão, baixa autoestima, entre outros transtornos. Na verdade, o impacto das redes sociais no cérebro humano possui várias similaridades com o que é causado por vários tipos de drogas. Por exemplo, os adolescentes se tornam desatentos e excessivamente ansiosos em sua vida cotidiana, desenvolvendo problemas de aprendizagem e memorização, sentindo-se muitas vezes desmotivados e deprimidos, e apresentando variações emocionais violentas que prejudicam seu dia a dia.
A exposição prolongada à tela gera diversos efeitos como dores de cabeça, perda de sono, visão borrada e olhos secos.
Antigamente as pessoas reclamavam de falta de informação. Atualmente temos acesso a muita informação e é muito fácil propagar qualquer conteúdo, seja ele credível ou não. Assim, o problema passou a ser a falta de garantia acerca da veracidade das coisas que se compartilha. Devido ao seu alto poder de difusão, as redes sociais, a propagação de notícias falsas ganhou uma velocidade assustadora. Infelizmente, os compartilhamentos feitos sem checagem da veracidade da informação, fazem com que conteúdos falsos se disseminem em um piscar de olhos.
O conceito fake news ganhou força mundialmente em 2016, com a corrida presidencial dos Estados Unidos, época em que conteúdos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram compartilhados de forma intensa pelos eleitores de Donald Trump.
Notícias falsas não são uma exclusividade do século XXI. Através de toda a história há vários episódios em que rumores falsos foram espalhados, tendo grandes consequências. Por exemplo; Benjamin Franklin escreveu notícias falsas sobre Índios assassinos que supostamente trabalhavam para o Rei George III, com o intuito de influenciar a opinião pública a favor da Revolução Americana.
Uma contribuição valiosa para a vitória de Eurico Gaspar Dutra na eleição presidencial de 1945 veio de Hugo Borghi, que distribuiu milhares de panfletos acusando o candidato Eduardo Gomes de ter dito: ''Não preciso dos votos dos marmiteiros''. O que Eduardo pronunciou na verdade, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 19 de novembro (menos de um mês antes do pleito, ocorrido em 2 de dezembro), foi: "Não necessito dos votos dessa malta de desocupados que apoia o ditador para eleger-me presidente da República".
Na verdade, em se tratando de política, as redes sociais se tornaram um instrumento de propagação de mentiras e fatos irreais, que coloca em risco o andamento do processo político do pais país. Espalham-se discursos de ódio e preconceitos. Consequentemente, nossas opiniões políticas são construídas a partir destes pensamentos, o que nos leva a votar em determinado candidato, e o que nos torna facilmente manipuláveis. Nunca podemos esquecer que a política de um pais país se faz com verdade e ética social.
Parece irônico falar em exposição nas redes sociais, já que esse é um dos principais propósitos dessas plataformas: postar suas fotos, falar sobre a sua vida, mostrar sua rotina, expor aquilo que você gosta (e o que você não gosta), entre outras coisas, é o que se espera de um perfil nas redes sociais. Por isso, é necessário que a população investigue e duvide se a informação é verdadeira ou falsa.
Muitas vezes nos esquecemos da nossa vida ‘real’, nos tornamos seres muito sociais nos meios digitais e ao mesmo tempo nos fechamos para as pessoas que convivem conosco no dia a dia. Preferimos parabenizar alguém pelas redes sociais do que fazer através de uma simples ligação ou pessoalmente.
Sem dúvida alguma, o século XXI vai se caracterizar pelas condutas viciantes, repetitivas, geradoras de tolerância. É um fenômeno em crescimento, e novos vícios, especialmente relacionados com a tecnologia, provavelmente vão surgir nos próximos anos.
As redes sociais são parte de nossas vidas e podem ser muito benéficas se usadas de forma consciente e criativa. Corroboro com Samuel Morse quando da transmissão da primeira mensagem através do telégrafo, onde ele disse que foi sensacional a obra feita por Deus. Infelizmente essa evolução tem causado sérios problemas na vida da sociedade.
Não é justo dizer que às redes sociais são grandes vilãs do nosso século XXI, mas devemos tratá-las como ferramentas positivas que precisam ser utilizadas de modo mais cuidadoso.
Assunto do momento e abordado de forma inteligente e objetiva.
Parabéns
Parabéns pela pesquisa, com a devida cronologia até os dias atuais.
Mais um excelente texto, que nos traz aspectos históricos e nuances da nossa vida moderna. Parabéns, Viana!
Perfeito!A comunicação é tudo. Desde q dentro da verdade e do conhecimento, sem extrapolar as barreiras das inverdades e julgamentos tendenciosos contendo mentiras!
Parabéns! 👍🏾✅
Excelente reflexão!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Um texto satisfatório ,abordagem de um assunto de extrema importância.
Como sempre muito atual e esclarecedor.
Meu caro amigo, vivemos tempos desafiadores. De um lado, a exposição excessiva nas redes sociais, trazendo todos os malefícios que você tão bem mencionou. Do outro, um oceano de informações falsas, impulsionado por discursos de ódio.
Como se isso não bastasse, agora a inteligência artificial também está sendo usada para manipular nossa opinião. E você sabe o que é mais irônico? Justamente aqueles que se autoproclamam defensores dos bons costumes, da família e dos valores éticos são, muitas vezes, os primeiros a divulgar em larga escala as chamadas deep fakes.
Parabéns pelo excelente artigo.
Viana como sempre muito feliz em suas colocações. A tecnologia com sua velocidade, quando bem utilizada, com cuidado e zelo, podemos dizer que é uma obra divina. Parabéns meu irmão!
Uma narrativa extraordinária. Como você escreveu, pode ser usada para o bem ou para o mal.Prejudicial para nossas crianças que vivem em função dos celulares,cabe à nós pais , educadores conversar, mostrar, que tem brincadeiras,leituras mais interessantes. Essa proibição de celular na escola achei uma medida acertada. Embora tem o lado bom, comunicação rapida, vidas salvas. Mas uma vez é a evolução dos tempos modernos.
Caro Viana, parabéns pelo excelente texto. Realmente, as redes sociais interligam idéias numa grande velocidade estrondosa e se forem usadas para o bem, chegaremos ao paraíso. Entretanto, o mal está posto em parte da sociedade. E as redes reflem isso. Esse tema nos leva a uma boa e necessária reflexão. Abraços!
Assunto atualíssimo. Parabéns.
Quando comecei a ler só me veio à cabeça meu último telegrama, que deve ter sido exatamente igual ao seu, um tempinho antes. E que maravilha que foi em nossas vidas esse chamado da Petrobras né?
E sempre quero parabenizá-lo pela extensa pesquisa para a construção dos seus posts. Como é maravilhoso aprender!!
Um abraço,
Gostei muito do histórico que você fez sobre a comunicação. Sobre a Internet hoje, devemos sempre observar a moderação, segurança, cautela, para que não seja prejudicial. Parabéns pelo ótimo texto. Um abraço.
Parabéns pelo texto amigo, infelizmente essa prática de manipular através das redes sociais é usada de forma indiscriminada por toda sociedade e isso é um caminho sem volta, independente de ideologia!